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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Corações de Ferro - Crítica

Nota: 7

Título: Corações de Ferro (Fury)
Gênero: Guerra, Drama, Ação
Nacionalidade: EUA, Reino Unido
Ano de produção: 2014
Estreia no Brasil: 05 de fevereiro de 2015
Duração: 135 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Direção: David Ayer
Roteiro: David Ayer
Elenco: Brad Pitt, Logan Lerman, Shia LaBeouf, Michael Peña, Jon Bernthal, Jim Parrack, Jason Isaacs, Brad William Henke, Scott Eastwood, Xavier Samuel


     A Segunda Guerra Mundial já rendeu e, certamente, continuará rendendo inúmeras adaptações para os cinemas. Entre obras marcantes e fracassos, um dos períodos mais violentos da história da humanidade consegue ser base para histórias com emoção, suspense, ação e aventura, podendo gerar uma obra extremamente completa. David Ayer, conhecido pelos roteiros de filmes como Velozes e Furiosos e Dia de Treinamento, decide fugir um pouco de suas típicas produções sobre policiais e criminosos para investir na primeira obra de época, apenas o quarto longa de sua curta carreira como diretor. Assim, temos Corações de Ferro, um violento retrato da Segunda Guerra Mundial.

     A história se passa no ano de 1945, já no final do conflito, e mostra um grupo de americanos em plena Alemanha na missão de matar o maior número possível de soldados nazistas. A equipe é liderada pelo capitão Wardaddy (Brad Pitt) e ainda conta com o novato Norman (Logan Lerman), o religioso Bible (Shia LaBeouf), o inteligente Gordo (Michael Penã) e o explosivo Grady (Jon Bernthal). Mesmo estando em menor número, eles contam com muita força e coragem para enfrentar qualquer inimigo que apareça.

     Logo de início, já somos introduzidos a cenários destruídos e sujos, que representam muito bem o clima da guerra. A violência do filme demonstra um grande realismo e o longa tem destaque ao apresentar fatos que raramente são explorados pelo cinema relacionado a época, mostrando, por exemplo, os suicídios cometidos pelos desesperados e o enforcamento de alemães que se recusavam a lutar pelos nazistas. Além disso, todo o resto da equipe técnica merece elogios, principalmente na parte sonora, com uma trilha que consegue expressar bem a emoção de cada cena.

     O ponto alto de Corações de Ferro esta em seu elenco formado por excelentes atores. É notável a dedicação de cada um para seu papel, o que faz com que os constantes diálogos entre eles se tornem muito interessantes. Os destaques maiores ficam para Brad Pitt, que acaba por fazer o que parece uma versão mais sombria de seu protagonista em Bastardos Inglórios, e Logan Lerman, o jovem inexperiente com o qual o espectador pode se identificar mais facilmente, já que o garoto ainda sofre com dilemas morais por não conhecer os horrores da guerra. Jon Bernthal também merece elogios, interpretando um personagem insano e detestável, que, aos poucos, demonstra um pouco mais de profundidade.

     A experiência, até então muito boa, acaba tendo uma grande queda na qualidade em sua parte final, quando o roteiro decide transformar os protagonistas em grandes hérois, a pior escolha possível para a história. O grupo isolado enfrentando um número imenso de soldados nazistas acabou ficando extremamente forçado para uma obra que se destacava pelo realismo e pela escolha em dar maior ênfase a preparação para as batalhas do que aos combates em si.

     Os personagens nunca são apresentados como grandes defensores da honra e de sua pátria, o que acaba deixando difícil compreender a decisão do grupo em ir contra centenas de inimigos. Além disso, o clímax é longo e cansativo, tendo quase meia hora de duração.

    Corações de Ferro não é a produção marcante que prometia ser, mas consegue oferecer bons momentos através de personagens carismáticos e uma boa ambientação. É triste que o filme acabe caminhando para um lado heróico e exagerado a partir de certo momento. Caso continuasse seguindo a proposta inicial, teria chances de ser uma obra mais memorável.

Por: Vitor Pontes

Um comentário:

  1. Eu vi vários filmes de guerra e para ser honesto isso não me oferecer algo novo. Eu gostava muito mais Sniper Americano,outro filme do drama , que gosta de ver na tela. Aço corações tem lado positivo: o elenco, mas o enredo e os efeitos, não me convence.

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