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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Carrie, a Estranha - Crítica

Nota: 4

Título: Carrie, a Estranha (Carrie)
Gênero: Terror, Suspense
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 2013
Estreia no Brasil: 6 de dezembro de 2013
Duração: 100 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Direção: Kimberly Peirce
Roteiro: Roberto Aguirre-Sacasa (Obra original de Stephen King)
Elenco: Chloe Grace Moretz, Julianne Moore, Judy Greer, Gabriella Wilde, Ansel Elgort, Portia Doubleday, Alex Russel


     Lançado em 1974, Carrie, a Estranha (No original, apenas Carrie) foi o primeiro romance publicado do lendário escritor de suspense e terror Stephen King. A obra não teve muitos exemplares vendidos, porém uma das pessoas que leram foi o diretor Brian de Palma. Por ter gostado tanto do livro, buscou incansavelmente formas de convencer produtoras a fazer um filme baseado nele. Finalmente conseguiu em 1976, quando foi lançado Carrie, que hoje é um clássico do cinema de suspense. O sucesso rendeu indicações ao Oscar para as atrizes Sissy Spacek e Piper Laurie, além de ter alavancado instantaneamente a carreira de Stephen King.

      Em 2011, foi anunciada uma nova adaptação de Carrie para os cinemas, o que levantou questionamentos quanto a sua relevância, já que a original era incrível. O filme estreou em 2013 e, infelizmente, não honra a primeira versão.

     A história é a mesma. Carrie (Chloe Grace Moretz) é uma adolescente desajeita e tímida que é alvo de brincadeiras e humilhações na escola. Em casa, ela é superprotegida e impedida de ter uma vida normal por sua mãe, Margaret White (Julianne Moore), uma fanática religiosa. Apesar disso, ela esconde o fato de possuir telecinesia, ou seja, pode controlar as coisas com o poder da mente. Então, ao sofrer com uma brincadeira durante o seu baile de formatura, decide se vingar de todos que lhe fizeram mal.

     Essa versão é mais fiel ao livro do que a de 1976, inclusive o final. A trama foi adaptada para a atualidade. Aliás, o fato dos jovens possuírem celulares foi utilizado em momentos importantes da história. Porém, o que realmente prejudicou o roteiro foi sua infantilização. Enquanto o primeiro filme era pesado e sombrio, esse parece uma obra feita apenas para adolescentes do tipo mais fraco emocionalmente. Tudo é muito limpo, em contraste com o clima de sensualidade que havia na produção feita por De Palma. Outro grande problema encontrado é o filme não conseguir manter a tensão e o suspense em praticamente nenhum momento. Com exceção da cena de abertura, tudo é muito claro e pouco empolgante. Parece mais um drama do que terror.

     Chloe Grace Moretz, embora seja uma das melhores jovens atrizes da atualidade, não consegue convencer. Sua escalação já foi um erro, já que seus papéis em outros filmes tornam difícil associar uma imagem inocente a ela. Fora que sua aparência não é boa para o papel. Carrie é uma garota feia e desajeitada, por isso é humilhada por todos, enquanto Moretz é bonita e normal. Julianne Moore até tenta, mas sua personagem não permite que todo seu talento apareça. Enquanto Piper Laurie interpretava uma mãe que usava gritos para amedrontar, Moore aposta em sussurros, mas não consegue causar impacto. Quanto aos outros personagens, quase não vale a pena falar. Todos esteriotipados ao extremo sem nenhuma atuação convincente.

     Por ser uma nova versão de uma obra tão cultuada, o novo Carrie, a Estranha, precisaria ser muito bom para ficar marcado. Talvez Kimberly Peirce tenha pensado de maneira ousada, mas a impressão que deu através do produto final foi de que esse filme foi apenas mais uma das tentativas de Hollywood de ganhar dinheiro fácil devido a sua falta de criatividade. Todos os elementos que transformaram a produção feita por De Palma inesquecível foram retirados, deixando apenas algo que vai cair no esquecimento daqui alguns anos.

Por: Vitor Pontes

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