Páginas

sábado, 24 de janeiro de 2015

Um Drink no Inferno - Crítica

Nota: 7

Título: Um Drink no Inferno (From Dusk Till Dawn)
Gênero: Terror, Ação, Comédia
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 1995
Estreia no Brasil: 26 de abril de 1996
Duração: 108 minutos
Classificação indicativa: 18 anos
Direção: Robert Rodriguez
Roteiro: Quentin Tarantino
Elenco: George Clooney, Quentin Tarantino, Harvey Keitel, Juliette Lewis, Ernest Liu, Tom Savini, Salma Hayek, Cheech Marin, Danny Trejo, Fred Williamson, Michael Parks, John Saxon


     Robert Rodriguez e Quentin Tarantino são nomes sempre lembrados quando se fala de filmes violentos que fazem muito sucesso. Enquanto o primeiro é um mestre em produzir obras de qualidade a baixo custo, o segundo revolucionou o cinema nos anos 90 através de filmes como Cães de Aluguel e Pulp Fiction, apresentando um estilo único e marcante que esta presente em suas produções até hoje. Imagine juntar duas mentes "perturbadas" como essas para fazer um filme? Com Rodriguez na direção e Tarantino responsável pelo roteiro, além de ser um dos personagens principais, temos Um Drink no Inferno, que pode ser considerado um "clássico trash".

     Quando se fala dessa produção, é possível dizer que ela esta divida em dois filmes com um pouco mais de 50 minutos cada. No primeiro, somos apresentados aos protagonistas, os irmãos criminosos Seth (George Clooney) e Richie Gecko (Quentin Tarantino). Após assaltarem um banco, os dois precisam achar uma forma de passar pela fronteira e chegar ao México, onde poderão aproveitar o dinheiro que conseguiram sem se preocupar com as autoridades. Para isso, acabam sequestrando uma família, formada pelo pastor Jacob (Harvey Keitel) e seus dois filhos, Kate (Juliette Lewis) e Scott Fuller (Ernest Liu).

     Logo na cena inicial, já é possível perceber que é um filme escrito por Tarantino. Os dois irmãos assaltam uma loja, mas precisam se esconder quando um policial chega ao lugar. Os diálogos incríveis e o marcante final da sequência conquistam o espectador e criam expectativas imensas para o resto do filme. Nessa primeira parte, os personagens vão sendo desenvolvidos de forma excelente, mostrando bem como é a relação dos criminosos e entre os membros da família sequestrada. Assim, o longa vai seguindo cheio de roubos, estupros e tiroteios, se tornando um clássico filme de ladrões. Tudo muito normal, até chegar a segunda parte da história, que pode agradar alguns e ser uma decepção para outros (algumas sinopses informam os acontecimentos a seguir, outras não. Caso queira ser totalmente surpreendido, pare e termine de ler essa crítica após ver o filme).

     Depois de cruzarem a fronteira, Seth e Richie vão com os reféns até um bar chamado Titty Twister (sim, o nome é esse mesmo), onde irão encontrar um criminoso para negociações. Ao chegar no local, presenciam um show da stripper Santanico Pandemonium (Salma Hayek). No fim da dança, a grande reviravolta acontece. O bar é, na verdade, dominado por vampiros monstruosos, o que acaba gerando um banho de sangue e faz com que os personagens precisem lutar juntos com bizarros coadjuvantes para derrotar as criaturas.

     A grande surpresa esta na forma como essa mudança de tom acontece. Não há preparação alguma, os monstros simplesmente aparecem e agora a história é outra. Essa parte divide opiniões, já que o roteiro perde um pouco da força, mas varia de espectador para espectador aceitar a situação e se divertir com ela. Desmembramentos, decapitações e todas as formas possíveis de assassinato acontecem. Assim, a produção se aproxima de um filme B, devido ao orçamento barato e efeitos fracos.

      Apesar de simples, a direção de Robert Rodriguez é ótima, apostando em ângulos eficientes e uma direção de arte que não esconde as limitações da obra, que assume o seu posto como trash.

    O elenco é bem escolhido, com cada um representando de forma muito boa seus personagens. George Clooney foi lançado aos sucessos no cinema pela produção, e o ator realmente é o destaque. Quentin Tarantino, que já havia atuado, embora muito menos, em Cães de Aluguel, tem um personagem que combina muito bem com toda a imagem de insanidade que temos do cineasta. Harvey Keitel surpreende ao investir em um filme com um estilo tão diferente da maioria dos longas que trabalha.

     Não é para se pensar sobre e não adiciona nada considerado intelectual para o cinema, mas, mesmo assim, Um Drink no Inferno consegue divertir. Embora os "dois filmes" dentro dele possam não agradar a todos na mesma proporção, ambos possuem qualidade dentro do que buscam oferecer. "Não leve a sério", é a melhor coisa que se pode falar para qualquer um que vá assistir essa produção.

Por: Vitor Pontes

Nenhum comentário:

Postar um comentário