Nota: 8
Ano de produção: 2014
Estreia no Brasil: 15 de janeiro de 2015
Duração: 115 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Direção: Jean-Marc Vallée
Roteiro: Nick Hornby (Obra original de Cheryl Strayed)
Elenco: Reese Witherspoon, Gaby Hoffmann, Laura Dern, Thomas Sadoski, Michiel Huisman, W. Earl Brown, Kevin Rankin, Brian Van Holt
David Fincher insistiu, insistiu e insistiu. No fim, conseguiu convencer Reese Whiterspoon a desistir de atuar em Garota Exemplar para ficar apenas na produção, assim, caso o longa ganhasse o Oscar de Melhor Filme, a atriz ficaria com o maior prêmio. Infelizmente, o que foi um dos melhores longas do ano passado acabou injustiçado nas indicações da premiação, exceto na categoria de Melhor Atriz, para Rosamund Pike, logo o papel que seria de Whiterspoon. Porém, quem disse que a vencedora do prêmio por Johnny & June aceitaria ficar de fora? A atriz tem seu espaço merecido na categoria graças a Livre, um excelente drama de superação baseado em uma história real.

Cheryl Strayed (Reese Whiterspoon) é uma mulher americana com um passado conturbado e destrutivo. Após sofrer com um divórcio e problemas em relação a mãe, ela passou a ter uma vida regada a drogas e sexo promíscuo. Depois de tanto tempo, Cheryl decide encarar a realidade e buscar redenção através do contato com a natureza. Para isso, ela decide fazer a difícil e longa Pacific Crest Tail, uma trilha de 1100 milhas (cerca de 4.200 km) na costa do oceano Pacífico, indo da fronteira do México até o Canadá. Mesmo sem nenhuma experiência, sua força e coragem a impedem de desistir da jornada.
O roteiro tem como base o livro Livre - Uma Jornada de Uma Mulher Em Busca do Recomeço, sucesso absoluto nos EUA, tendo ficado sete semanas seguidas no topo da lista dos mais vendidos do New York Times na categoria não-ficção.
Destaquei tanto Reese Whiterspoon no início desse texto pelo motivo de que este é um filme, basicamente, de uma personagem só. Entre os coadjuvantes, a única que demonstra grande importância é a mãe da protagonista, interpretada por Laura Dern. Assim, acompanhamos exclusivamente o desenvolvimento de Cheryl Strayed, entendendo, aos poucos, suas motivações para a decisão de fazer a difícil trilha.
O mais interessante esta na forma como a personalidade dela é apresentada. O longa começa em um determinado trecho da jornada, mostrando um momento de fúria da personagem em relação as dificuldades que vem enfrentando. Assim, a vida de Cheryl passa a ser conhecida através de flashbacks. Um recurso simples, mas que funciona muito bem devido a falta de ordem cronológica entre eles, o que permite apresentar certos momentos do passado de forma que se tornem mais impactantes devido aos acontecimentos no presente.
A personagem enfrenta todo tipo de dificuldade durante sua jornada. Animais selvagens, a fome, a falta d'água, o frio, o calor extremo e até o risco de ser estuprada. Aliás, essa questão do sexo chegou a ser criticada por algumas pessoas devido ao fato de que o filme apresentaria as relações casuais como erradas. Porém, não se pode esquecer que Cheryl Strayed é uma pessoa real, com essa forma de pensamento podendo representar no que ela acredita atualmente, não sendo exatamente o jeito de pensar dos realizadores do filme.
A direção do canadense Jean-Marc Vallée, que explodiu em 2013 com o premiado sucesso Clube de Compras Dallas, é ótima, explorando muito bem a beleza da natureza. A forma com que a produção é filmada destaca a grandiosidade do ambiente em relação a protagonista, o que torna ainda maior a sensação de isolamento de Cheryl Strayed do resto do mundo. A escolha da trilha sonora também é fundamental para a trama, estando sempre muito presente de forma calma e auxiliando no desenvolvimento da personagem.
Reese Whiterspoon tem atuação digna de Oscar, se entregando completamente ao papel, sabendo representar muito bem todos os momentos da vida da protagonista. A atriz motra ousadia ao aceitar representar, inclusive, cenas em que precisa ficar nua. Ela é a alma da produção. Destaque também para Laura Dern, no papel da mãe de Cheryl Strayed, fundamental para toda a história.
Belo e emocionante, Livre é um ótimo filme. Um relato simples, mas muito interessante sobre uma jornada necessária na vida de alguém que não conseguia mais encontrar motivações para continuar. Muito bem feito, fica marcado como um dos principais papeis da carreira de Reese Whiterspoon, que segue mostrando o quanto é boa nas escolhas que faz. Para o bem do cinema, espero que continue assim.
Por: Vitor Pontes
O roteiro tem como base o livro Livre - Uma Jornada de Uma Mulher Em Busca do Recomeço, sucesso absoluto nos EUA, tendo ficado sete semanas seguidas no topo da lista dos mais vendidos do New York Times na categoria não-ficção.
Destaquei tanto Reese Whiterspoon no início desse texto pelo motivo de que este é um filme, basicamente, de uma personagem só. Entre os coadjuvantes, a única que demonstra grande importância é a mãe da protagonista, interpretada por Laura Dern. Assim, acompanhamos exclusivamente o desenvolvimento de Cheryl Strayed, entendendo, aos poucos, suas motivações para a decisão de fazer a difícil trilha.
O mais interessante esta na forma como a personalidade dela é apresentada. O longa começa em um determinado trecho da jornada, mostrando um momento de fúria da personagem em relação as dificuldades que vem enfrentando. Assim, a vida de Cheryl passa a ser conhecida através de flashbacks. Um recurso simples, mas que funciona muito bem devido a falta de ordem cronológica entre eles, o que permite apresentar certos momentos do passado de forma que se tornem mais impactantes devido aos acontecimentos no presente.
A personagem enfrenta todo tipo de dificuldade durante sua jornada. Animais selvagens, a fome, a falta d'água, o frio, o calor extremo e até o risco de ser estuprada. Aliás, essa questão do sexo chegou a ser criticada por algumas pessoas devido ao fato de que o filme apresentaria as relações casuais como erradas. Porém, não se pode esquecer que Cheryl Strayed é uma pessoa real, com essa forma de pensamento podendo representar no que ela acredita atualmente, não sendo exatamente o jeito de pensar dos realizadores do filme.
A direção do canadense Jean-Marc Vallée, que explodiu em 2013 com o premiado sucesso Clube de Compras Dallas, é ótima, explorando muito bem a beleza da natureza. A forma com que a produção é filmada destaca a grandiosidade do ambiente em relação a protagonista, o que torna ainda maior a sensação de isolamento de Cheryl Strayed do resto do mundo. A escolha da trilha sonora também é fundamental para a trama, estando sempre muito presente de forma calma e auxiliando no desenvolvimento da personagem.
Reese Whiterspoon tem atuação digna de Oscar, se entregando completamente ao papel, sabendo representar muito bem todos os momentos da vida da protagonista. A atriz motra ousadia ao aceitar representar, inclusive, cenas em que precisa ficar nua. Ela é a alma da produção. Destaque também para Laura Dern, no papel da mãe de Cheryl Strayed, fundamental para toda a história.

Por: Vitor Pontes
Nenhum comentário:
Postar um comentário