Nota: 6
Ano de produção: 2014
Estreia no Brasil: 29 de janeiro de 2015
Duração: 106 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Direção: Tim Burton
Roteiro: Scott Alexander, Larry Karaszewski
Elenco: Amy Adams, Christoph Waltz, Krysten Ritter, Danny Huston, Jason Schwartzman, Terence Stamp, Madeleine Arthur, Delaney Raye, James Saito, Elisabetta Fantone
Tim Burton sabe criar histórias fantásticas como poucos em toda a história da sétima arte. O autor de obras como Edward Mãos de Tesoura, Alice no País das Maravilhas, Batman e Os Fantasmas se Divertem consegue apresentar roteiros elaborados e interessantes, porém o visual de suas produções é sempre a primeira coisa que vem a mente quando se fala sobre sua carreira. Embora seja um grande mestre do cinema, seus últimos filmes não convenceram muito o público e a crítica. Assim, o diretor, produtor e, às vezes, roteirista, resolve investir em um longa bem diferente do estilo que esta acostumado, trazendo Grandes Olhos, adaptação de uma forte história real que foi marcante para o feminismo.

Ambientado na década de 50, o roteiro tem como protagonista a pintora Margaret Keane (Amy Adams), que antes de se casar tinha o sobrenome Ulbrich. Após um relacionamento desastroso, ela foge com a filha para morar sozinha. Depois de um tempo, Margaret conhece o também pintor Walter Keane (Christoph Waltz), se casando com ele rapidamente para, assim, manter a guarda de sua filha. A pintora tem o costume de fazer obras retratando crianças com olhos grandes e tristes. Não acreditando que os quadros fariam sucesso por terem autoria de uma mulher, Walter decide apresentar as pinturas como suas, com a aprovação da esposa. Após anos vivendo com esse acordo, Margaret decide processar o marido para recuperar os direitos de suas obras.
Uma história tão boa e importante como essa gera muita curiosidade em relação a personalidade dos protagonistas, trazendo vontade de descobrir o porquê da pintora ter aceitado essa situação durante tanto tempo. Porém, o desenvolvimento dos personagens é muito fraco e decepcionante. Parece que Margaret é definida apenas pela sua fragilidade e falta de confiança inexplicáveis, não tendo nenhuma outra grande característica de sua personalidade apresentada e sem nenhuma mínima explicação sobre seu passado. Com isso, a personagem só consegue ganhar um pouco de carisma através da relação que possui com a filha, que até tem seus momentos interessantes.
O relacionamento de Margaret e Walter parece surgir do nada. Os dois se conhecem, ambos são pintores, começam a gostar um do outro e logo se casam. Depois de pouco tempo, toda a situação envolvendo o marido levar crédito pelas pinturas da esposa já esta acontecendo e, mesmo assim, ainda não conseguimos entender porque esse casamento realmente aconteceu. Um investimento maior no período em que eles se conheceram faria toda a diferença para o resultado final.
O que realmente prende o espectador a história é a curiosidade em saber como ocorreu a mudança de pensamento que levou Margaret a buscar seus direitos. Isso também não é bem desenvolvido, sendo uma situação definida em poucos minutos, mas a cena do tribunal não deixa de empolgar e ser o melhor momento do filme. Além disso, a questão sobre a relevância dos quadros é outro ponto bom, apesar de pouco aproveitado.
É interessante ver Tim Burton se afastando do estilo fantástico que esta acostumado a produzir. A reconstituição da época e a fotografia são belas, mas o longa não demonstra a ousadia e a criatividade esperada do diretor. O único momento que apresenta qualidade acima da média nessa questão é quando Margaret começa a ver pessoas com olhos grandes em um supermercado, devido a pressão que esta sofrendo do marido. Pouco para alguém da qualidade de Burton.
A escolha do elenco demonstra ser um dos maiores acertos do longa. Amy Adams interpreta com facilidade uma personagem frágil, sabendo convencer em relação a delicadeza apresentada pela protagonista. Enquanto isso, Christoph Waltz faz o seu típico vilão sarcástico, embora acabe exagerando no humor em alguns momentos. O carisma dos ótimos atores auxilia muito a produção.
No fim das contas, Grandes Olhos consegue ser um dos trabalhos mais diferentes da carreira de Tim Burton, mas falta inovação. Com um pouco de coragem do diretor, um roteiro e personagens mais desenvolvidos, poderia ser um filme marcante. Apesar de conseguir divertir em alguns momentos, é um desperdício do grande potencial de uma história tão interessante.
Por: Vitor Pontes
O relacionamento de Margaret e Walter parece surgir do nada. Os dois se conhecem, ambos são pintores, começam a gostar um do outro e logo se casam. Depois de pouco tempo, toda a situação envolvendo o marido levar crédito pelas pinturas da esposa já esta acontecendo e, mesmo assim, ainda não conseguimos entender porque esse casamento realmente aconteceu. Um investimento maior no período em que eles se conheceram faria toda a diferença para o resultado final.
O que realmente prende o espectador a história é a curiosidade em saber como ocorreu a mudança de pensamento que levou Margaret a buscar seus direitos. Isso também não é bem desenvolvido, sendo uma situação definida em poucos minutos, mas a cena do tribunal não deixa de empolgar e ser o melhor momento do filme. Além disso, a questão sobre a relevância dos quadros é outro ponto bom, apesar de pouco aproveitado.
É interessante ver Tim Burton se afastando do estilo fantástico que esta acostumado a produzir. A reconstituição da época e a fotografia são belas, mas o longa não demonstra a ousadia e a criatividade esperada do diretor. O único momento que apresenta qualidade acima da média nessa questão é quando Margaret começa a ver pessoas com olhos grandes em um supermercado, devido a pressão que esta sofrendo do marido. Pouco para alguém da qualidade de Burton.
A escolha do elenco demonstra ser um dos maiores acertos do longa. Amy Adams interpreta com facilidade uma personagem frágil, sabendo convencer em relação a delicadeza apresentada pela protagonista. Enquanto isso, Christoph Waltz faz o seu típico vilão sarcástico, embora acabe exagerando no humor em alguns momentos. O carisma dos ótimos atores auxilia muito a produção.

Por: Vitor Pontes
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