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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A Culpa é das Estrelas - Crítica

Nota: 8

Título: A Culpa é das Estrelas (The Fault In Our Stars)
Gênero: Drama, Romance
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 2014
Estreia no Brasil: 5 de junho de 2014
Duração: 126 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Direção: Josh Boone 
Roteiro: Scott Neustadter, Michael H. Weber (Obra original de John Green)
Elenco: Shailene Woodley, Ansel Elgort, Nat Wolff, Willem Dafoe, Laura Dern, Sam Trammel, Lotte Verbeek


     John Green é o nome do momento na literatura mundial. Apesar de só possuir seis livros publicados, todos viraram best sellers. Seguindo o costume de fazer adaptações, Hollywood logo se interessou por suas histórias e resolveu adaptar a última e mais famosa obra do escritor: A Culpa é das Estrelas. O hype criado em cima do filme chegou a proporções absurdas. Os fãs aguardavam desesperados, outras pessoas não sabiam o que esperar e os críticos torciam o nariz antes mesmo do lançamento. Surpreendendo a grande maioria, o filme agradou muito a todos e muito desse sucesso se deve a originalidade com que John Green tratou um assunto tão espinhoso: o câncer.

     Hazel (Shailene Woodley) é uma adolescente que sofre da doença, que afeta principalmente seus pulmões. Frequentadora de um grupo de apoio, em uma das reuniões ela acaba encontrando Gus (Ansel Elgort), jovem que também possui câncer, sendo que a doença lhe fez perder uma das pernas. As conversas logo se transformam em romance e eles iniciam seu relacionamento sabendo da possibilidade de perderem um ao outro a qualquer momento.

     É esperado um clima de tristeza constante, mas esse não ocorre, o que é o grande diferencial do filme. Hazel e Gus já se acostumaram com a morte rondando suas vidas, o que vale mesmo é aproveitar o tempo que ainda resta. Para isso, o jeito é fugir da vitimização e rir de si mesmo. As piadas com os problemas que surgem em consequencia da doença são constantes e demonstram mais sobre a personalidade dos dois. Ambos se preocupam com o legado deixado em vida e tem questionamentos profundos sobre vários outros assuntos, mas tudo é tratado de forma leve devido ao clima de autoparódia criado por eles.

     Obviamente, o final não é feliz, porém o filme não deixa isso claro em nenhum momento, fazendo o espectador sempre torcer pelo sucesso do casal, embora isso seja impossível. A obra cumpre brilhantemente a função de emocionar, podendo facilmente arrancar lágrimas de grande parte do público, mas nunca utilizando situações forçadas ou clichês para isso.

     Claro que todos esses pontos positivos do filme não existiriam sem grandes interpretações. Shailene Woodley e Ansel Elgort trabalham juntos na série de filmes Divergente e a química entre eles é uma das bases para o sucesso do filme. Os dois mostram o porquê de serem alguns dos jovens atores com maior potencial na atualidade, fazendo personagens complexos que não deixam de lado a simplicidade. Destaques para os veteranos Laura Dern, com uma participação pequena, mas importante, e para Willem Dafoe, com sua qualidade de sempre em um papel muito forte e essencial para a trama.

     A Culpa é das Estrelas mostrou ser uma das maiores surpresas do ano. O filme retrata bem a necessidade de se buscar uma razão para viver e a preocupação de deixar algo bom nesse mundo. Simples e bem feita, a produção consegue comover sem nunca se perder nos clichês do gênero. Além disso, a grande bilheteria fez Hollywood enxergar em John Green uma nova fonte de dinheiro, visto que mais três filmes baseados em suas obras estão em produção. Desde que todas possuam a qualidade desta, o cinema agradece.

Por: Vitor Pontes

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