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terça-feira, 4 de novembro de 2014

Se Eu Ficar - Crítica

Nota: 7

Título: Se Eu Ficar (If I Stay)
Gênero: Drama, Romance
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 2014
Estreia no Brasil: 4 de setembro de 2014
Duração: 106 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Direção: R. J. Cutler
Roteiro: Shauna Cross (Obra original de Gayle Forman)
Elenco: Chloe Grace Moretz, Jamie Blackley, Mireille Enos, Joshua Leonard, Stacy Keach, Liana Liberato, Jakob Davies


     Odeio fazer comparações entre filmes, acho impossível definir o nível de qualidade de uma obra pelas diferenças e semelhanças a outra com o mesmo tema. Porém, é impossível fazer uma crítica de Se Eu Ficar sem se lembrar de uma das grandes surpresas do ano: A Culpa é das Estrelas. Ambos são filmes baseados em livros, são do gênero "para chorar" (em algumas cenas, "para ficar desidratado"), e a história triste esta ligada a uma tragédia adolescente envolvendo romance e família. Apesar disso, Se Eu Ficar tem também suas próprias características e é um bom filme, mesmo sendo um pouco forçado às vezes.


     A protagonista é Mia Hall (Chloe Grace Moretz), uma adolescente cujas maiores paixões são seu violoncelo, sua família e seu namorado Adam, líder de uma banda de rock em ascenção (Jamie Blackley). Em um dia comum, ao sair de carro carro com o pai Denny (Joshua Leonard), a mãe Kat (Mireille Enos) e o irmão mais novo, Teddy (Jakob Davies), eles acabam se envolvendo em um grave acidente, causando morte de seus pais e fazendo com que Mia entre em um tipo de coma. Porém, ela acaba por ter uma experiência extracorpórea, ficando em uma espécie de limbo no hospital em que esta internada, onde tem que decidir se ainda vale a pena viver ou se é melhor desistir e aceitar a morte.

     Baseado no best-seller de Gayle Forman, a história se divide entre o hospital e flashbacks que nos apresentam toda a vida da protagonista. O roteiro tenta deixar um grande foco no amor, que tem seus bons momentos, apesar de parecer meio forçado em outros, mas o que realmente emociona no filme é a relação da personagem com seus pais. Como já dito, Mia toca violoncelo, ou seja, ama a música clássica, mas seu pai e sua mãe são roqueiros, chegando a já participarem de uma banda. Eles usam roupas do estilo e tudo mais, porém a filha tem gostos totalmente opostos, contraste muito interessante para a história. Motivadores e carinhosos, são quase uma família perfeita, o que torna a morte deles ainda mais triste.

     Os problemas do filmes estão nos clichês, e daí que entram as lembranças de A Culpa é das Estrelas. Apesar de emocionar, não há nada ali que já não tenha sido visto em alguma outra produção do gênero, enquanto no filme inspirado na obra de John Green, a forma alegre de lidar com uma situação tão triste é muito original. A história é outra, mas a semelhança de estilos e o curto período entre ambos os filmes estimulam comparações.

     O visual é bom, com os flashbacks sempre demonstrando felicidade, diferenciando-se do hospital triste, porém a representação de "luz no fim do túnel" é de causar desânimo. Se trata de uma luz branca imensa no fim de um corredor. É, quanta imaginação. 

     Com pais roqueiros e um namorado com um banda em ascenção, sobram homenagens e piada com gênero, que passam por Iggy Pop, Alice Cooper, Ramones, entre outros. Um prato cheio para os fãs do estilo.

     Chloe Grace Moretz parece cada vez melhor e mostra que será uma das grandes atrizes da próxima geração, cativando o público com uma ótima interpretação e sua bela aparência. Destaque para o fato de que ela aprendeu a tocar um pouco de violoncelo para o filme, uma dedicação assim para um papel não é algo tão comum. Jamie Blackley vai bem, apesar de parecer meio inseguro em alguns momentos. Os pais da protagonista já tem uma personalidade incrível e as atuações estão muito boas. Destaques também para Liana Liberato, que interpreta a melhor amiga da protagonista e rende boas cenas, e Stacy Keach, que faz o avô de Mia e participa de uma das melhores sequencias do filme.

     Mesmo com os clichês, Se Eu Ficar consegue emocionar, principalmente pelas relações familiares presentes. O livro do qual foi adaptado possui uma continuação, porém só o sucesso das bilheterias dirão se esta será feita. Pode não ser um roteiro original, mas cumpre o seu objetivo, então, o melhor apenas se deixar levar pelo clima e aproveitar a obra.

Por: Vitor Pontes

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