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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O Último Rei da Escócia - Crítica

Nota: 9

Título: O Último Rei da Escócia (The Last King of Scotland)
Gênero: Drama, Biografia
Nacionalidade: Reino Unido
Ano de produção: 2006
Estreia no Brasil: 02 de fevereiro de 2007
Duração: 122 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Direção: Kevin Macdonald
Roteiro: Jeremy Brock, Peter Morgan (Obra original de Giles Foden)
Elenco: Forest Whitaker, James McAvoy, Kerry Washington, Gillian Anderson, David Oyelowo, Simon McBurney


     Adolf Hitler, Josef Stalin, Benito Mussolini, Saddam Hussein... Estes são apenas alguns dos mais importantes ditadores da história da humanidade. Os nomes citados, geralmente, são os primeiros a serem lembrados ao falarmos de líderes de governos opressores, mas, muitos não tão conhecidos também conseguem ser detestáveis no mesmo nível. O ugandês Idi Amin faz parte desse grupo. Agora, sua história esta registrada nos cinemas com O Último Rei da Escócia.

     Nicholas Garrigan (James McAvoy) é um jovem escocês que acaba de se formar na faculdade de medicina. Cansado da vida confortável que leva devido a riqueza de sua família, ele decide ir para Uganda em busca de aventura, pois o país necessita de médicos habilidosos. Apenas ao chegar lá, Garrigan descobre que esta havendo um golpe para retirar o presidente do poder. Após um tempo, Nicholas é chamado para ajudar em um acidente na estrada, onde o recém-empossado líder do país Idi Amin (Forest Whitaker) atropelou uma vaca e acabou se machucando. Grande admirador da cultura escocesa, o presidente se impressiona com a técnica do rapaz e faz uma proposta para que ele seja seu médico particular. Nicholas aceita sem saber que estaria se envolvendo com um dos maiores e terríveis ditadores da história da África.

     Uma rápida aula de história: Idi Amin foi chefe do exército de Uganda, chegando ao poder em 1971 através de um golpe de estado que retirou o então presidente Milton Obote do governo. Amin se manteve na liderança até 1979, quando os dissidentes conseguiram, finalmente, acabar com seu regime ditatorial, que já durava oito anos. Seu governo foi marcado por violações de direitos humanos, perseguição étnica, execuções, desaparecimentos políticos, corrupção e crise econômica, sendo o período mais sombrio da história da Uganda.

     Baseado no livro homônimo de Giles Foden, o roteiro é parcialmente relacionado a fatos. O médico Nicholas Garrigan, na verdade, nunca existiu, sendo ele apenas uma forma de trazer o espectador para o círculo de amizades de Amin, assim apresentando as atitudes e as formas de pensar do governante. Aliás, um dos grandes acertos do filme esta em não caracterizar o ditador como um simples vilão, sendo ele muito mais complexo do que isso, ao ponto que consegue fazer rir em várias cenas. Apesar de suas decisões extremas, Idi Amin acreditava fielmente que estava fazendo o melhor para seu país, tanto que ainda existem ugandenses que admiram seu estilo.

     Responsável por documentários premiados, o diretor Kevin Macdonald faz no filme a sua estréia fora do gênero que esta acostumado e vai muito bem. Ele consegue colocar um estilo próprio as cenas e o excelente roteiro auxilia seu trabalho.

     Forest Whitaker mostra que fez por merecer o Oscar ganho pelo papel. O ator demonstra uma grande qualidade tanto nas cenas mais tranquilas, quanto nos momentos de maior tensão, quando Idi Amin mostra suas reais formas de agir. A atuação é espetacular e convence o espectador de que o líder apenas esta buscando ajudar o país. Injustiçado pelas premiações, James McAvoy também faz atuação brilhante, não sendo ofuscado pela figura de Whitaker.

      Através da combinação de ótimos atores, uma excelente história e direção de qualidade, O Último Rei da Escócia é um filme excelente, mostrando bem um pouco da vida de uma das figuras mais importantes da história do continente africano. Um drama poderoso e marcante.

Por: Vitor Pontes

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