Nota: 8
Ano de produção: 2010
Estreia no Brasil: 04 de fevereiro de 2011
Duração: 115 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Direção: David O. Russell
Roteiro: Scott Silver, Paul Tamasy, Eric Johnson
Elenco: Mark Wahlberg, Christian Bale, Amy Adams, Melissa Leo, Jack McGee, Frank Renzulli, Mickey O'Keefe, Jackon Nicoll
Filmes sobre boxe são quase um gênero cinematográfico. Incontáveis produções já falaram sobre o esporte, incluindo algumas obras-primas como Rocky, um Lutador, Menina de Ouro e Touro Indomável. O primeiro longa citado, provavelmente, é o maior responsável pela popularização desse tipo de filme, com Sylvester Stallone no papel do lutador com inúmeros problemas na jornada em busca da glória. Aliás, a necessidade de superar dramas pessoais sempre esta presente na história dos protagonistas do gênero, sendo tema mais uma vez em O Vencedor, baseado na vida do boxeador Micky Ward.
Em 1993, Dicky Eklund (Christian Bale) ficou conhecido por conseguir derrubar o campeão Sugar Ray Leonard, o maior feito de sua carreira como pugilista. Mesmo perdendo a luta, isso criou chances para Eklund, que ele desperdiçou devido ao uso cada vez mais constante de crack. Apesar disso, ele ainda se considera uma grande estrela. Seu meio-irmão mais novo, Micky Ward (Mark Wahlberg), sonha em ser um boxeador de sucesso, sendo treinado por Dicky e empresariado pela mãe, Alice (Melissa Leo). O problema é que a família parece esquecer de Micky, sempre dando maior importância para seu irmão, que costuma se atrasar para os treinos devido as drogas. Após começar a namorar Charlene Fleming (Amy Adams), Ward decide mudar os rumos de sua vida em busca de vitórias, mas, para isso, terá que se livrar da influência da família.
Em um primeiro momento, O Vencedor parece apenas mais um drama de superação envolvendo esportes. Todas as características do estilo estão presentes, mas o filme se diferencia ao tratar a família como a grande razão para Micky não conseguir se desenvolver. A mais difícil luta do protagonista esta, na verdade, fora do ringue. Uma batalha que ele precisa vencer se quiser alcançar o sucesso.
Uma das melhores escolhas do roteiro esta na utilização de um documentário produzido pela HBO como base para o início da história. Essa produção realmente aconteceu e falava sobre as consequências do crack, tendo como protagonista Dicky Eklund. Porém, o ex-pugilista acreditava se tratar de um filme sobre sua vida, só descobrindo o real tema ao assistir a obra na televisão. O uso desse recurso é excelente para o desenvolvimento do personagem e de todos ao seu redor, pois Dicky é considerado a pessoa mais importante da família, o já citado motivo para a falta de investimento em Micky. Além disso, o documentário permite ao espectador visualizar a situação através do ponto de vista de alguém fora do cotidiano dos personagens, o que ajuda a ter uma opinião mais desenvolvida sobre eles.
O único grande problema do filme esta no protagonista. Por mais que Micky Ward seja apresentado como uma pessoa tímida e suscetível a manipulação pelos outros, ele fica extremamente apagado em todas as cenas que divide com o irmão Dicky Eklund, que parece ser o real protagonista da história. O personagem tem importância fundamental para o sucesso de Ward. Além disso, sua jornada contra o vício em crack é um dos pontos mais importantes do roteiro.
Micky já parece ter menos espaço que Dicky, sensação que fica ainda maior devido ao nível dos atores. Mark Wahlberg vai bem, mas não impressiona, fazendo o básico, sendo engolido pela atuação fantástica de Christian Bale, premiado com o Oscar e o Globo de Ouro pelo papel. O ator, um dos mais dedicados de Hollywood atualmente, fez outra de suas famosas transformações, perdendo muito peso para ficar semelhante fisicamente ao real Dicky na época. Além deles, há a presença da sempre ótima Amy Adams como a namorada Charlene, adicionando mais uma boa atuação ao seu currículo, e Melissa Leo, premiada pelo filme, como a mãe Alice, fazendo o estilo perua e deixando um ar de futilidade necessário para a personagem.
Tecnicamente, o longa chama atenção ao utilizar imagens de televisão para mostrar as cenas de lutas, uma escolha do diretor David O. Russell, que faz um excelente trabalho. A trilha sonora também é das melhores, trazendo músicas dos anos 70 de bandas como Led Zeppelin, Whitesnake e Bee Gees.
Embora muitos possam considerar O Vencedor como "apenas mais um filme sobre boxe", a produção é muito bem feita e tem seu lugar entre os grandes nomes do drama esportivo. Não chega a ser uma obra-prima, mas a ótima parte técnica combinada com incríveis atuações tornam merecidas as sete indicações do longa ao Oscar, marcando seu nome na história do cinema.
Por: Vitor Pontes

Em 1993, Dicky Eklund (Christian Bale) ficou conhecido por conseguir derrubar o campeão Sugar Ray Leonard, o maior feito de sua carreira como pugilista. Mesmo perdendo a luta, isso criou chances para Eklund, que ele desperdiçou devido ao uso cada vez mais constante de crack. Apesar disso, ele ainda se considera uma grande estrela. Seu meio-irmão mais novo, Micky Ward (Mark Wahlberg), sonha em ser um boxeador de sucesso, sendo treinado por Dicky e empresariado pela mãe, Alice (Melissa Leo). O problema é que a família parece esquecer de Micky, sempre dando maior importância para seu irmão, que costuma se atrasar para os treinos devido as drogas. Após começar a namorar Charlene Fleming (Amy Adams), Ward decide mudar os rumos de sua vida em busca de vitórias, mas, para isso, terá que se livrar da influência da família.
Em um primeiro momento, O Vencedor parece apenas mais um drama de superação envolvendo esportes. Todas as características do estilo estão presentes, mas o filme se diferencia ao tratar a família como a grande razão para Micky não conseguir se desenvolver. A mais difícil luta do protagonista esta, na verdade, fora do ringue. Uma batalha que ele precisa vencer se quiser alcançar o sucesso.
Uma das melhores escolhas do roteiro esta na utilização de um documentário produzido pela HBO como base para o início da história. Essa produção realmente aconteceu e falava sobre as consequências do crack, tendo como protagonista Dicky Eklund. Porém, o ex-pugilista acreditava se tratar de um filme sobre sua vida, só descobrindo o real tema ao assistir a obra na televisão. O uso desse recurso é excelente para o desenvolvimento do personagem e de todos ao seu redor, pois Dicky é considerado a pessoa mais importante da família, o já citado motivo para a falta de investimento em Micky. Além disso, o documentário permite ao espectador visualizar a situação através do ponto de vista de alguém fora do cotidiano dos personagens, o que ajuda a ter uma opinião mais desenvolvida sobre eles.
O único grande problema do filme esta no protagonista. Por mais que Micky Ward seja apresentado como uma pessoa tímida e suscetível a manipulação pelos outros, ele fica extremamente apagado em todas as cenas que divide com o irmão Dicky Eklund, que parece ser o real protagonista da história. O personagem tem importância fundamental para o sucesso de Ward. Além disso, sua jornada contra o vício em crack é um dos pontos mais importantes do roteiro.
Micky já parece ter menos espaço que Dicky, sensação que fica ainda maior devido ao nível dos atores. Mark Wahlberg vai bem, mas não impressiona, fazendo o básico, sendo engolido pela atuação fantástica de Christian Bale, premiado com o Oscar e o Globo de Ouro pelo papel. O ator, um dos mais dedicados de Hollywood atualmente, fez outra de suas famosas transformações, perdendo muito peso para ficar semelhante fisicamente ao real Dicky na época. Além deles, há a presença da sempre ótima Amy Adams como a namorada Charlene, adicionando mais uma boa atuação ao seu currículo, e Melissa Leo, premiada pelo filme, como a mãe Alice, fazendo o estilo perua e deixando um ar de futilidade necessário para a personagem.
Tecnicamente, o longa chama atenção ao utilizar imagens de televisão para mostrar as cenas de lutas, uma escolha do diretor David O. Russell, que faz um excelente trabalho. A trilha sonora também é das melhores, trazendo músicas dos anos 70 de bandas como Led Zeppelin, Whitesnake e Bee Gees.

Por: Vitor Pontes
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