Nota: 4
Ano de produção: 2014
Estreia no Brasil: 15 de janeiro de 2015
Duração: 137 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Direção: Angelina Jolie
Roteiro: Joel Coen, Ethan Coen, Willian Nicholson, Richard LaGravenese (Obra original de Laura Hillenbrand)
Elenco: Jack O'Connell, Domhnall Glesson, Finn Wittrock, Miyavi, Jai Courtney, Garrett Hedlund, John Magaro, Vicenzo Amato, Alex Russell
Há alguns meses, Invencível era tratado como um dos possíveis favoritos ao Oscar. As razões para isso? O longa é baseado em uma história real com grande potencial dramático, o roteiro foi escrito pelos geniais irmãos Joel Coen e Ethan Coen, além de que a fotografia prometia um visual fantástico. Apenas esses fatos já trazem grande destaque para o filme, mas, o que criou ainda mais expectativas foi o nome escolhido para a direção: Angelina Jolie. Após uma primeira tentativa fraca na função com Na Terra de Amor e Ódio, em 2012, a atriz se esforça novamente para entrar pro grupo de nomes como Clint Eastwood e Robert Redford, premiados atores que também se tornaram premiados diretores. Infelizmente, Jolie fracassa mais uma vez, em uma história que não empolga e não possui um protagonista carismático.

Louis Zamperini (Jack O'Connell) é americano, descendente de italianos. O jovem mora na cidade de Torrance, onde começa a praticar atletismo devido a influência do irmão. Logo, todos percebem a qualidade de Zamperini para o esporte, posteriormente, participando dos Jogos Olímpicos de 1936. O atleta foi convocado para o exército na década de 40 devido a 2° Guerra Mundial. Durante uma missão para resgatar soldados, o avião que Louis estava cai em pleno mar, onde ele fica lutando por 47 para sobreviver até ser resgatado. Porém, o resgate foi feito pelos inimigos japoneses, o que leva Zamperini a ser feito prisioneiro até o fim do combate.
Originalmente, o estúdio Universal havia planejado contar a dramática história real do atleta olímpico logo na década seguinte aos fatos, tendo comprado os direitos para a produção em 1957. O projeto acabou engavetado, só voltando em 2010, quando foi lançado o livro Unbroken: A World War II Story of Survival, Resilience and Redemption, de Laura Hillenbrand, que se tornou um best-seller e, assim, serviria de base para o filme.
A partir desse ponto, surge o maior problema do longa: o roteiro. Sinceramente, não consigo aceitar que ele teve influência dos irmão Coen. É difícil acreditar que os criadores de Fargo, O Grande Lebowski e Onde os Fracos Não Tem Vez tenham feito um trabalho tão fraco e cheio de clichês. Os diálogos parecem cópias de textos motivadores que se encontra em qualquer pesquisa simples na internet, sendo apenas versões diferentes para "acredite na sua capacidade...".
A história de Invencível tinha um potencial dramático absurdo. O sofrimento que o protagonista passa teria força para fazer com que o espectador sofra junto com ele e entenda a necessidade de superação sempre presente. Apesar disso, o desenvolvimento do personagem é tão fraco que impede qualquer tipo de empatia. Louis Zamperini é apresentado como uma pessoa aparentemente insensível e sua história de vida quase não é explorada, ao ponto de que os coadjuvantes conseguem ser mais interessantes do que ele. Caso essa seja a representação de como Zamperini realmente era, é compreensível que ele tenha conseguido manter sua sanidade mental em meio ao sofrimento, mas, para o cinema, essa falta de desenvolvimento emocional não funciona.
Tudo piora com as atuações. Por mais que Jack O'Connell até mostre alguns momentos de esforço, a falta de profundidade do protagonista não permite desenvolver quase nada. Os coadjuvantes até vão bem, principalmente Domhnall Glesson, representando de ótima forma a personalidade de seu personagem. O maior problema mesmo vai para o antagonista, interpretado pelo compositor japonês Miyavi. É difícil de aguentar suas tentativas de parecer assustador tendo como base um roteiro que já não ajuda.
Um dos únicos pontos positivos do filme é seu visual, tendo inclusive recebido uma indicação ao Oscar de Melhor Fotografia. Os cenários são belos e bem feitos. Porém, até esse mérito é prejudicado devido aos erros da inexperiente Angelina Jolie na direção. A tentativa de criar uma situação dramática a todo momento tira mais força da história e deixa o clima ainda menos envolvente.
Com tantos problemas, o resultado de Invencível é extremamente decepcionante, ainda mais devido a expectativa por um dos melhores filmes do ano. O roteiro extremamente clichê em combinação com os erros da produção tornam a obra esquecível. Angelina Jolie é uma excelente atriz, mas mostra que ainda tem muito a aprender como diretora.
Por: Vitor Pontes

Por: Vitor Pontes
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