Ted - Crítica

Nota: 8

Título: Ted (Ted)
Gênero: Comédia, Fantasia
Nacionalidade: EUA

Ano de produção: 2012

Estreia no Brasil: 21 de setembro de 2012

Duração: 106 minutos

Classificação indicativa: 16 anos

Direção: Seth MacFarlane

Roteiro: Seth MacFarlane, Alec Sulkin, Wellesley Wild

Elenco: Mark Wahlberg, Mila Kunis, Seth MacFarlane, Joel McHale, Giovanni Ribisi, Patrick Warburton, Matt Walsh, Jessica Barth, Patrick Stewart, Sam J. Jones, Norah Jones

    Mesmo para os melhores produtores, roteiristas e diretores de televisão, se adaptar ao cinema pode ser uma tarefa das mais difíceis. Criador das famosas e polêmicas animações Family Guy (no Brasil, Uma Família da Pesada), American Dad! e The Cleveland Show, Seth MacFarlane decidiu tentar levar seu humor politicamente incorreto e cheio de referências a cultura pop para o universo da sétima arte. Ao menos em seu primeiro trabalho, MacFarlane mostra que tem potencial para fazer sucesso na mídia cinematográfica, conseguindo colocar com qualidade as características típicas de seus seriados em um dos projetos mais nonsense dos últimos anos: Ted, a história de um homem e seu urso de pelúcia falante.

     John Bennett (Mark Wahlberg) é uma criança tímida e solitária, não tendo, praticamente, nenhum amigo. Em um Natal, o garoto ganha um urso de pelúcia, o qual chama de Ted. Muito feliz, ele faz um pedido a uma estrela cadente para que o brinquedo ganhe vida, o que inexplicavelmente acontece, assim John e Ted (dublado por Seth MacFarlane) se tornam melhores amigos. Já adulto, o rapaz começa a namorar com Lori Collins (Mila Kunis), passando a morar com ela e o urso. Porém, Ted se tornou mal humorado, irresponsável e usuário de drogas, o que faz com que John tenha que decidir entre ficar com o amigo ou com o provável amor de sua vida.

    Por mais que já seja necessário começar a ver o filme com uma mente mais aberta, é impressionante o quanto o roteiro consegue fazer o espectador aceitar os acontecimentos e achar normal um urso de pelúcia estar vivo. O fato é explicado apenas como um "milagre natalino", o que é um ponto positivo, pois buscar entender a origem da vida de Ted certamente acabaria com o objetivo da obra.

     O humor sem escrúpulos das produções de Seth MacFarlane esta presente e garante muita diversão, apesar de ser perceptível que o filme não pode tomar um rumo completamente escrachado devido a limitações na liberdade criativa do diretor e roteirista. As piadas chegam ao nível de constrangimento (inclusive com polêmicas referências ao 11 de Setembro), mas essa é a proposta da produção. Maconha, prostitutas, sexo e tudo o que pode ser aproveitado de formas pesadas marca presença. Apesar de boas, as situações ainda parecem sofrer um pouco com a adaptação de Seth MacFarlane para o cinema, não sendo exatamente essenciais para a trama, parecendo mais com o estilo que os episódios de Family Guy são montados.

       A animação de Ted é muito bem feita, com movimentos fluidos e boa sincronia da dublagem. O estilo da filmagem busca fazer com o que o urso não seja visto como pequeno, exceto quando a situação necessita para mostrar os absurdos que o personagem comete.

      O desenvolvimento da amizade entre John e Ted é bem desenvolvida e sempre mantém o interesse no que acontecerá com os dois. Mark Wahlberg mostra que tem potencial para protagonizar boas comédias, após ter sido coadjuvante em algumas, enquanto Seth MacFarlane mostra a sua já conhecidade qualidade como dublador colocando muito sarcasmo na voz do adulto Ted. Mila Kunis buscar fazer uma boa atuação, mas sua personagem não chega a ter tanta profundidade quanto os outros dois protagonistas. O filme ainda reserva ótimas participações de Sam J. Jones, idolatrado por John e Ted pelo papel de Flash Gordon, Norah Jones, Ryan Reynolds e uma boa narração de Patrick Stewart.

     Mesmo tendo uma trama previsível, a produção prova que o humor que consagrou Uma Família da Pesada pode funcionar bem nos cinemas. Sem medo de exagerar, Seth MacFarlane mostra com Ted o porquê de ser um dos grandes nomes da comédia atualmente e tem tudo para levar mais piadas irresponsáveis para seus fãs também nas grandes telas.

Por: Vitor Pontes