Páginas

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

As Tartarugas Ninja - Crítica

Nota: 5

Título: As Tartarugas Ninja (Teenage Mutant Ninja Turtles)
Gênero: Ação, Aventura
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 2014
Estreia no Brasil: 14 de agosto de 2014
Duração: 101 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Direção: Jonathan Liebesman
Roteiro: Josh Appelbaum, Andrew Nemec, Evan Daugherty
Elenco: Megan Fox, Alan Ritchson, Noel Fisher, Pete Ploszek, Johnny Knoxville, Jeremy Howard, Danny Woodburn, Tony Shalhoub, Will Arnet, William Fichtner, Whoopi Goldberg, Abby Elliott, Tohoru Masamune


     Originalmente, As Tartarugas Ninja eram criaturas com histórias sombrias, aparecendo pela primeira vez nos quadrinhos de Kevin Eastman e Peter Laird na década de 80. O número de vendas das HQ's não chegava a impressionar, mas tudo mudou com a adaptação dos personagens para a televisão. Nas animações, os quelônios batizados em homenagem a famosos pintores italianos foram apresentados do jeito que todos conhecemos hoje: adolescentes, divertidos e viciados em pizza. No início dos anos 90, a produção de uma trilogia de filmes com atores elevou As Tartarugas Ninja ao nível de fenômeno cultural. Apesar do sucesso, com o tempo a animação foi perdendo sua força e ficando esquecida.

     Depois de tantos anos, o diretor Michael Bay, conhecido pela franquia Transformers, resolveu tentar devolver o prestígio do tão querido grupo de heróis nada convencionais. Mesmo felizes com a possibilidade de ver novamente os personagens, os fãs não esconderam a insatisfação com diversos aspectos do desenvolvimento. A própria figura de Bay na produção já era um desagrado, considerando a péssima qualidade de vários filmes seus, mas tudo ficou ainda pior com a escolha de Jonathan Liebesman, de fracassos como Furia de Titãs 2 e Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles, para a direção. Apesar dos nomes ruins, a parte técnica prometia um show de imagens, o que ainda manteve as esperanças de um bom filme. Infelizmente, parece que nem o sentimento de nostalgia pode salvar a nova versão de As Tartarugas Ninja, comandada por uma história clichê e mal desenvolvida.

     A repórter April O'Neil (Megan Fox) anseia uma carreira de sucesso, mas, apesar dos esforços, não consegue mais do que reportagens pequenas. Em uma tentativa de obter reconhecimento, ela passa a investigar de forma independente o Clã do Pé, organização criminosa que vem dominando Nova Iorque. Os acontecimentos acabam fazendo com que April encontre Leonardo, Raphael, Donatello e Michelangelo, tartarugas geneticamente modificadas que ganharam força, conhecimento e tamanho anormais. Vivendo nos esgotos junto com seu sensei, Mestre Splinter, elas passam a combater o crime na cidade.

     O nome de April O'Neil vir primeiro ao se falar da trama já mostra um defeito gigantesco de As Tartarugas Ninja: a supervalorização dessa personagem. Por mais que a jornalista sempre tenha possuído sua importância, esse novo filme a destaca de forma que ele poderia se chamar April O'Neil. As tartarugas passam a ser quase meros coadjuvantes em comparação com o tempo em tela que cada um possui. Além disso, qualquer chance da repórter funcionar na trama desaparece logo nas primeiras cenas graças a péssima interpretação de Megan Fox, mais uma vez utilizada como um simples objeto sexual em tela, embora em quantidade extremamente menor do que na série Transformers.

     O roteiro, que originalmente chegou a considerar colocar as tartarugas como alienígenas, é clichê e funciona através de coincidências que nem a própria história se esforça para dar credibilidade. Apesar disso, ele até funciona de forma razoável, mas erra muito ao não oferecer um bom desenvolvimento para os vilões, que possuem motivações fracas. O Destruidor parece estar lá apenas pela necessidade de um grande inimigo, nada mais que isso.

     O ponto alto de As Tartarugas Ninja esta nos próprios personagens do título. Cada um possui sua personalidade muito bem definida: Leonardo é o líder, Raphael, a força bruta, Donatello, o inteligente, e Michelangelo, o engraçado. Com um entrosamento muito bom, o timing cômico do grupo funciona perfeitamente. Além disso, o visual dos quelônios, que gerou polêmica entre os fãs, é magnífico, com os personagens interagindo de forma muito natural com os cenários.

     Mesmo com todos os defeitos, As Tartarugas Ninja pode até oferecer entretenimento para quem não exige muito da história, mas os problemas do roteiro são inegáveis, além de que, por mais que alguns não liguem devido a bela aparência da atriz, a atuação de Megan Fox é difícil de suportar. Com o sucesso de bilheteria, a sequência esta confirmada, então quem sabe os produtores não invistam mais no roteiro agora que a base dos efeitos especiais está pronta? Por mais que esse desejo seja grande, é difícil ter esperanças se Michael Bay continuar responsável pela realização.

Por: Vitor Pontes

Nenhum comentário:

Postar um comentário