Nota: 5

Gênero: Comédia, Faroeste
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 2014
Estreia no Brasil: 18 de setembro de 2014
Duração: 116 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Direção: Seth MacFarlane
Roteiro: Seth MacFarlane, Alec Sulkin, Wellesley Wild
Elenco: Seth MacFarlane, Charlize Teron, Liam Neeson, Neil Patrick Harris, Amanda Seyfried, Giovanni Ribisi, Sarah Silverman, Wes Studi
Seth MacFarlane é, sem dúvidas, um dos grandes nomes da comédia norte-americana atualmente. Seu estilo de humor inconsequente, crítico e absurdo diferencia o diretor, roteirista, produtor e dublador da maioria de seus contemporâneos, sendo ele responsável pela famosa animação Family Guy (No Brasil, Uma Família da Pesada), considerada um dos melhores programas de televisão para adultos. Após o sucesso na TV, MacFarlane foi para sua primeira experiência no cinema com Ted, lançado em 2012. O filme teve como principal problema o desenvolvimento da narrativa, prejudicada pelo fato de Seth estar acostumado com o formato de televisão, mas a ideia original e boas piadas garantiram o sucesso (confira a crítica do filme).
Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola não é um total fracasso, conseguindo oferecer alguns raros momentos divertidos e um visual interessante, mas se mostra um erro muito grande considerando o talento de Seth MacFarlane, ainda mais com o incrível elenco que ele tinha a disposição. Por enquanto, as dificuldades para se adaptar ao universo cinematográfico ainda estão pesando, mas vamos torcer para que passem logo. Agora é esperar para ver como ficarão as coisas em Ted 2.

Dois anos após o lançamento de Ted, o qual possui uma sequência confirmada para esse ano, MacFarlane decidiu apostar alto com a comédia Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola (um péssimo título nacional para A Million Ways to Die in the West, que pelo menos tinha algo bem relacionado com o filme). Apesar do grande potencial para fazer ao mesmo tempo uma paródia e uma homenagem ao western, o longa se mostra muito irregular, nunca sabendo que tipo de humor usar e sofrendo para manter a trama interessante.
Albert Stark (Seth MacFarlane) é um fazendeiro criador de ovelhas, pobre e covarde. Sua vida já esta um fracasso, mas piora ainda mais quando a namorada Louise (Amanda Seyfried) termina com ele para ficar com o exibido Foy (Neil Patrick Harris). Em meio ao momento terrível, Albert encontra esperanças ao conhecer a forasteira Anna (Charlize Teron), que desperta a coragem existente nele. O problema é que o fazendeiro não tem ideia que a misteriosa mulher é casada com um pistoleiro foragido (Liam Nesson), o que irá trazer muitos problemas para Stark.
Logo nas primeiras cenas já é perceptível um dos problemas do filme: o próprio Seth MacFarlane. Após dublar o urso Ted, o comediante resolve se colocar pela primeira vez em cena, mas não demonstra possuir tanta habilidade para atuar, exagerando nas expressões em alguns momentos e faltando com elas em outros, o que prejudica muito o ritmo da produção.
Mais uma vez, o diretor e roteirista tem dificuldade para garantir um bom desenvolvimento da história e acaba caindo em uma trama muito clichê, com o jovem incompreendido que se apaixona pela donzela em perigo, de alguma forma relacionada ao vilão da história. A conclusão já é óbvia desde o início e deixa uma impressão ainda pior sobre o roteiro. Porém, o problema não teria tanto peso se as piadas funcionassem bem, o que ocorreu em Ted, mas nem isso é garantido aqui.
O humor tem seus bons momentos e consegue reservar diálogos inspirados, como em uma das cenas iniciais onde o protagonista explica o quão horrível é morar no Oeste (talvez a melhor sequência de piadas do filme). O uso de referências a cultura pop típicas de Seth MacFarlane continua funcionando muito bem, passando pelos próprios atores da produção, como a brincadeira com o tamanho dos olhos de Amanda Seyfried e o uso da expressão "Challenge Accepted" pelo personagem de Neil Patrick Harris, até a utilização do nome de Mila Kunis em uma linguagem indígena, além de excelentes participações especiais espalhadas pelo filme.
Apesar das boas cenas, há muito mais piadas ruins do que boas. Inexplicavelmente, o roteiro de MacFarlane em parceria com Alec Sulkin e Wellesley Wild coloca um imenso número de momentos que envolvem flatulências, urina, fezes, entre outras situações que parecem vir de um típico filme de Adam Sandler. Além disso, a repetição cansa muito, como na inicialmente ótima piada sobre a prostituta que não deseja dormir com o namorado antes do casamento, mas que passa a irritar pela constante insistência no fato.
Ao menos, o visual consegue agradar com a representação de um Velho Oeste cartunesco e com belas paisagens. O uso de gírias atuais e figurinos que não são exatamente da época deixam explícito o tom de paródia presente no filme, tendo destaque para o corte de cabelo contemporâneo do protagonista.
Mesmo que MacFarlane não tenha tanto talento como ator, ao menos o elenco que seleciona se mostra muito competente. Charlize Teron apresenta a qualidade de sempre, sabendo dar uma profundidade para sua personagem, o que provavelmente não aconteceria com outra atriz no papel. Liam Nesson esta muito a vontade no papel do vilão Clinch Leatherwood (Que referência difícil, não é?), desenvolvendo-se bem. Os já acostumados a comédias Neil Patrick Harris, Giovanni Ribisi e Sarah Silverman sempre roubam a cena nos momentos em que aparecem, sendo uma pena ver tanta qualidade desperdiçada em piadas ruins

Por: Vitor Pontes
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