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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Rush - No Limite da Emoção - Crítica

Nota: 10

Título: Rush - No Limite da Emoção (Rush)
Gênero: Drama, Biografia
Nacionalidade: EUA, Alemanha, Reino Unido
Ano de produção: 2013
Estreia no Brasil: 13 de setembro de 2013
Duração: 122 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Direção: Ron Howard
Roteiro: Peter Morgan
Elenco: Chris Hemsworth, Daniel Bruhl, Olivia Wilde, Alexandra Maria Lara, Pierfrancesco Favino, Natalie Dormer


     A falta de interesse de muitos pelo automobilismo atual se deve, principalmente, a falta de emoção. Nas corridas, uma disputa emocionante acontece raramente, fora o fato de que a vitória depende mais da potência do carro do que da habilidade dos pilotos em si. Na década de 70, a chamada Era de Ouro da F1, as coisas eram muito diferentes. Os torneios eram disputados por gladiadores e as pistas eram a arenas. A falta de recursos para segurança tornava o esporte um dos mais perigosos do mundo, tanto que muitos faleceram devido a acidentes durante as disputas. Nesse tempo, surgiram dois dos melhores pilotos da história: James Hunt e Niki Lauda, cuja rivalidade é retratada em Rush - No Limite da Emoção.

     Hunt (Chris Hemsworth). Inglês, mulherengo, agressivo e com uma necessidade enorme de provar para si mesmo sua capacidade. Lauda (Daniel Bruhl). Austríaco, centrado, extremamente técnico e avesso a vida de luxo. Duas personalidades muito opostas com apenas uma semelhança: a vontade de ganhar. Tantas diferenças logo causaram antipatia, que cresceu ainda mais quando cada um percebeu o quanto o outro era bom nas pistas. As mentalidades distintas apenas chamaram ainda mais atenção para a rivalidade, que atingiu seu ápice na Temporada da F1 de 1976, momento central retratado no filme.

     James Hunt faleceu em 1993 devido a um ataque cardíaco. Niki Lauda ainda esta vivo e foi chamado para colaborar na elaboração do roteiro. De acordo com o ex-piloto, tudo foi retratado de maneira muito fiel e a obra o agradou muito. Os personagens vão sendo desenvolvidos individualmente, cada um com o tempo ideal em cena, até chegarem ao confronto no campeonato de 76.

     O grande motor (com trocadilho mesmo) da história é o risco de morte já citado. Mais do que a vontade imensa de ganhar de ambos, tudo ainda é potencializado pela possibilidade de acidentes fatais acontecerem. Então, além de buscarem provar sua capacidade técnica, Hunt e Lauda precisam lidar com reflexões sobre o valor de suas vidas e seu lugar no mundo.

     O clima de tensão necessário para o bom funcionamento da produção é feita de forma excelente, sendo que o fato de não usar muitos efeitos especiais auxiliou muito nesse aspecto. Para situar bem a história na década de 70, o diretor Ron Howard acertou em cheio ao escolher o estilo de fotografia granulada, além dos figurinos e penteados da época.

     O envolvimento criado com os personagens vem, em grande parte, pelas brilhantes atuações de Chris Hemsworth e Daniel Bruhl. O primeiro interpreta James Hunt, personagem que combina com sua aparência de galã, e surpreende ao conseguir ser carismático, o que normalmente não é. O destaque maior vai para Bruhl, que se adaptou de forma espetacular aos jeitos de Niki Lauda, além da mudança em sua aparência que o deixou muito parecido com o austríaco.

     Emocionante e tensa, a história é ainda mais impactante para quem não conhece os acontecimentos retratados. Apesar de parecer o típico filme de esportes que serve para mostrar a superação, Rush - No Limite da Emoção é muito mais que isso. Com personagens bem desenvolvidos e ótima ambientação, a produção é uma indicação para todos os públicos, ainda mais para os apaixonados pelo automobilismo.

Por: Vitor Pontes

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