Nota: 8

Gênero: Ação, Aventura
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 2014
Estreia no Brasil: 19 de novembro de 2014
Duração: 125 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Direção: Francis Lawrence
Roteiro: Danny Strong (Obra original de Suzanne Collins)
Elenco: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Philip Seymour Hoffman, Julianne Moore, Elizabeth Banks, Donald Sutherland, Woody Harrelson, Jena Malone, Sam Caflin, Stanley Tucci, Natalie Dormer
Primeiramente, é necessário destacar que uma análise dessa produção é difícil de ser feita, afinal, é uma história incompleta, sendo que a segunda parte terá um tom muito diferente do que foi essa primeira. Maior sucesso adolescente desde o fim de Harry Potter, a saga Jogos Vorazes investe em um tom mais sombrio e pesado para seus capítulos finais, utilizando essa primeira parte para mostrar momentos de reflexão. As cenas de ação acabaram quase que totalmente deixadas de lado, sendo tudo um preparo para as explosões que virão no encerramento da série.
Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1 surpreende ao ser mais calmo que os outros filmes da série, mostrando apenas o início da grande guerra que virá. O tom político que sempre ficou implícito ganha mais destaque, o que pode agradar ainda mais quem admira a filosofia por trás da saga. Um bom começo para o fim de tudo. Agora é só esperar a Parte 2.

Após a reviravolta ocorrida no final de Jogos Vorazes - Em Chamas, Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) esta no Distrito 13, junto aos rebeldes que buscam a revolução. A necessidade agora é estimular todos a entrarem em combate e apoiarem a causa contra a autoritária Capital, governada pelo presidente Snow (Donald Sutherland). Para isso, Plutarch Heavensbee (Philip Seymour Hoffman) e a presidente Alma Coin (Julianne Moore) precisam utillizar a imagem do Tordo para convencer, ou seja, usar Katniss. Ela aceita a responsabilidade, porém exige que resgatem os prisioneiros da Capital, incluindo o "amor" Peeta Mellark (Josh Hutcherson).
Conhecida por sempre trazer críticas sociais e assuntos políticos implícitos, a série decide usar a publicidade como tema dessa vez. Cada lado busca utilizar a propaganda como arma para fortalecer sua causa. Os rebeldes querem trazer pessoas para seu lado, enquanto o governo utiliza todos os seus recursos para acalmar os distritos e evitar rebeliões. Essa guerra ideológica é desenvolvida de forma excelente e mostra mais uma vez o porquê da saga ser tão elogiada, pois, apesar de ser feita para adolescentes, possui temas adultos e complexos, se diferenciando das outras produções para esse público. A necessidade de um símbolo, a figura do líder, tudo esta ali para ser discutido e analisado. Além disso, o jogo político ganha tons ainda mais fortes através da figura da presidente Coin. Autoritária ao extremo, ela mostra que apesar da defesa da democracia, a política não é um local para os fracos. Tudo é feito através de interesses, não sendo exatamente para o bem comum.
Katniss Everdeen é desenvolvida através do trauma que sofreu na arena dos jogos e na mudança repentina da sua percepção das coisas. Ela parece sofrer o filme todo de um estresse pós-traumático, o que chega a irritar em algumas partes. Infelizmente, parece que toda aquela representação de poder feminino que surgiu no primeiro filme esta se perdendo, com tudo indo para um lado em que a personagem só se importa com o próprio bem e com os poucos que ela gosta. A imagem vendida pela produção de que Katniss é um símbolo para nova geração esta em contraste com a teimosia apresentada pela personagem em quase todo o filme. Fora o "triângulo amoroso" da história, que é desenvolvido de forma bem fraca. Esses problemas não significam que ela seja uma protagonista ruim, mas jogaram fora grande parte da imagem de força e independência que Katniss possuía.
Jennifer Lawrence se adapta bem aos sentimentos de angústia da personagem e faz mais uma boa atuação em sua carreira. Josh Hutcherson aparece pouco, já que Peeta terá maior destaque na Parte 2 da produção, mas ele vai muito bem. Fechando o trio dos jovens, a decepção do filme é Liam Hemsworth. É impossível definir se Gale esta irritado, triste ou feliz, visto que a expressão é a mesma sempre. Os grandes destaques vão para os coadjuvantes, principalmente Philip Seymour Hoffman, que mostra o quanto suas atuações vão fazer falta no cinema (a Parte 2 será o último filme do ator), transformando um papel que já era marcante em algo ainda mais incrível. Julianne Moore tão faz um trabalho fantástico como a autoritária presidente Coin. Mesmo com seus papéis tendo menor destaque, Woody Harrelson e Elizabeth Banks mantém o carisma de sempre, agradando bastante.

Por: Vitor Pontes
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