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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Amor Sem Escalas - Crítica

Nota: 9

Título: Amor Sem Escalas (Up in the Air)
Gênero: Drama, Comédia, Romance
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 2009
Estreia no Brasil: 22 de janeiro de 2010
Duração: 109 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Direção: Jason Reitman
Roteiro: Sheldon Turner, Jason Reitman (Obra original de Walter Kirn)
Elenco: George Clooney, Vera Farmiga, Anna Kendrick, Jason Bateman, Amy Morton, Melanie Lynskey, Danny McBride, J. K. Simmons, Zach Galifianakis


     Primeiramente, é bom informar que a tradução do título do filme para Amor Sem Escalas foi um erro, pois dá a impressão da obra ser um romance, o que não é (apesar de possuir alguns toques do gênero). Falando da obra em si, quem já assistiu Juno e Obrigado Por Fumar sabe que o diretor Jason Reitman tem um jeito muito interessante de lidar com temas da realidade que todos nós vivemos, utilizando diálogos incríveis, sarcásticos e ao mesmo tempo emocionantes. Apesar de possuir um pouco menos de sarcasmo e piadas, Amor Sem Escalas traz um ótimo equilíbrio entre o drama e os momentos que possuem tom de comédia, em uma história que passa uma mensagem de reflexão impressionante e inspiradora.

     Ryan Bingham (George Clooney) é um lobo solitário por escolha própria. Seu emprego é demitir pessoas. Sim, ele trabalha para uma empresa que, como o protagonista descreve, "empresta pessoas para fazer o que chefes covardes não conseguem". Ryan é uma pessoa fria que, graças a seu trabalho, faz o que mais gosta: viajar por aí, praticamente nunca parando em algum lugar (o pesadelo do personagem é ter que se acomodar e ficar parado). Tudo vai bem, até seu chefe (Jason Bateman) contratar Natalie Keener (Anna Kendrick), uma jovem que apresenta a proposta de demitir funcionários através de videoconferências, o que ameaça o emprego de Ryan. Então, eles passam a viajar juntos para que ele possa convence-lá de que o trabalho tem que ser feito pessoalmente. No meio dessas viagens, o protagonista conhece Alex Goran (Vera Farmiga), executiva que é uma "versão mulher" dele, assim começando uma espécie de relacionamento entre os dois.

      Apesar da época do lançamento do filme se encaixar perfeitamente com a proposta, já que o EUA estava na pior fase da última grande crise econômica, ele, na verdade, é baseado em um livro lançado por Walter Kirn em 2001. Reitman começou a adaptá-lo em 2002, mas terminou apenas seis anos depois devido a outros projetos. O momento apenas ajudou a aumentar o poder do filme, que fala de solidão, tristeza e a necessidade de recomeçar na vida. 

     O amor é essencial, até para os mais frios e solitários, e ter alguém para viver e compartilhar experiências juntos, seja esse alguém um familiar ou um amigo, é uma das melhores coisas no mundo. Essa é uma das grandes mensagens da história. A sociedade esta cada vez menos sentimental, então até que ponto vale a pena ter relações humanas? O filme deixa um pouco do seu ponto de vista, mas tem a intenção de fazer cada um refletir e ter sua própria resposta. 

     A história não seria nada sem as poderosas atuações do trio principal, todos indicados ao Oscar. George Clooney tem o carisma de sempre e faz uma ótima interpretação, sendo Ryan um personagem frio, mas que possui sentimentos reprimidos. Vera Farmiga, que já havia sido destaque em Os Infiltrados, interpreta uma personagem símbolo feminista de tão independente. Porém, o destaque maior vai para Anna Kendrick, que surpreendeu a todos depois do papel tão criticado na Saga Crepúsculo, mostrando que possui talento e pode ser um dos grandes nomes dos próximos anos.

     Dramático, emocionante e apaixonante, Amor Sem Escalas é um filme que marca por fazer refletir sem se perder no clichê de que o amor resolve tudo. É difícil assistir, não olhar para si mesmo e pensar sobre suas relações e se hoje você apenas continua indo ou se sua vida esta velendo a pena. Tenham todos uma boa reflexão.

Por: Vitor Pontes

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