Zumbilândia - Crítica

Nota: 10

Título: Zumbilândia (Zombieland)
Gênero: Comédia, Terror, Aventura
Nacionalidade: EUA

Ano de produção: 2009

Estreia no Brasil: 29 de janeiro de 2010

Duração: 88 minutos

Classificação indicativa: 14 anos

Direção: Ruben Fleischer

Roteiro: Rhett Reese, Paul Wernick

Elenco: Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Emma Stone, Abigail Breslin, Bill Murray, Amber Heard

     É impossível negar que os zumbis voltaram a moda. Os games e quadrinhos foram alguns dos grandes responsáveis por ajudar os seres devoradores de carne a ganharem maior espaço na cultura pop. Nos cinemas, incontáveis filmes de zumbis foram lançados nos últimos anos e todos com estilos que variavam muito. Guerra Mundial Z, a série Resident Evil, Meu Namorado é um Zumbi, entre outros exemplos estão aí para comprovar. Grande parte desse sucesso se deve a formas diferentes de abordar o gênero utilizada em filmes como Extermínio, que adicionou velocidade aos mortos-vivos, e Todo Mundo Quase Morto, que incluiu humor negro as histórias. Zumbilândia consegue se destacar muito entre os diversos exemplares do grupo ao reciclar ideias e adicionar uma característica nova: a busca pela felicidade e por uma razão para viver.

     Columbus (Jesse Eisenberg) é um jovem estudante do Texas e um dos poucos que ainda não foram infectados pelo vírus que dizimou a população mundial, transformando todos em zumbis. Ser covarde e anti-social, características que normalmente seriam consideradas defeitos, são a razão de sua sobrevivência, sendo que ele até possui um livro de regras para se manter vivo. Desejando voltar a sua cidade natal para tentar achar os pais vivos, acaba encontrando Tallahassee (Woody Harrelson), um exterminador de zumbis. Armado e completamente insano, seus únicos objetivos são acabar com o máximo de mortos vivos e encontrar mais dos seus amados bolinhos recheados, Twinkies. Os dois se juntam em sua jornada e se juntas as irmãs Wichita (Emma Stone) e Little Rock (Abigail Breslin), que desejam ir até o parque de diversões Pacific Play Land, onde acreditam que estarão a salvo. Apesar dos diferente objetivos, o grupo precisa buscar se unir e sobreviver para não ficarem sozinhos em meio ao apocalipse.

     O humor já começa na sequência inicial do filme, onde pessoas são atacadas por zumbis nas situações mais cômicas e inusitadas possíveis, tudo em câmera lenta ao som de For Whom The Bell Tolls, do Metallica. O livro de regras de Columbus também é muito utilizado para as piadas do filme, que, mesmo não se levando a sério, não apela para exageros e utiliza vários diálogos sarcásticos para fazer rir. A disputa da "Morte de Zumbi da Semana" merece destaque por ser uma das partes mais engraçadas da história.

     É comum os filmes sobre mortos-vivos utilizarem os seres como metáforas para críticas a sociedade e o estado selvagem do ser humano em situações extremas, mas Zumbilândia inova ao mostrar personagens que estão apenas em busca de ser uma família. Não basta sobreviver, é necessário encontrar uma razão pela qual valha a pena lutar todos os dias. Essa procura pela felicidade diferencia muito a obra de outras produções do gênero e lhe garante um lugar de destaque.

     O elenco esta em nível excelente, sendo o grande destaque para Woody Harrelson, completamente louco e impagável. Jesse Eisenberg consegue deixar muito claro todas as características de Columbus, principalmente a vontade de evitar contato com os outros. As protagonistas femininas também vão muito bem, com Emma Stone em grande qualidade e Abigail Breslin, a eterna Miss Sunshine, mostrando mais uma vez seu talento. A participação especial de Bill Murray é espetacular, sendo uma das partes mais engraçadas da produção e uma grande homenagem ao ator.

      Com uma abordagem diferente e piadas inteligentes, Zumbilândia tem muito destaque entre essa onda de filmes sobre mortos-vivos, conseguindo utilizar algumas das melhores ideias do gênero e mesmo assim inovar, marcando seu nome na história do cinema.

Por: Vitor Pontes