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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Django Livre - Crítica

Nota: 10

Título: Django Livre (Django Unchained)
Gênero: Faroeste, Aventura
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 2012
Estreia no Brasil: 18 de janeiro de 2013
Duração: 165 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino
Elenco: Jamie Foxx, Christoph Waltz, Leonardo DiCaprio, Samuel L. Jackson, Kerry Washington, Don Johnson, Walton Goggins, Quentin Tarantino


     Vingança. Mais uma vez, o grande tema de um filme de Tarantino. Mesmo através de seu estilo marcante, caracterizado pelo humor negro, o diretor faz uma homenagem incrível aos filmes de faroeste, apresentando uma história que não esconde que é uma versão a vida de um negro em busca de liberdade e vingança dentro da sociedade escravocrata do século 19.

     Django (Jamie Foxx) é um escravo que possui um histórico violento com seu antigos proprietários. Um dia, ele é comprado pelo dentista e caçador de recompensas Dr. King Schultz (Christoph Waltz), que lhe promete liberdade desde que ele ajude em suas missões. Após concluir seus objetivos, Schultz liberta Django e decide ajudá-lo em sua busca por Broomhilda (Kerry Washington), esposa que foi separada dele há muitos anos após ser vendida para outros donos de escravos. Eles descobrem que ela pertence a Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), um fazendeiro conhecido por treinar escravos para luta, e terão que criar um plano elaborado para conseguirem resgatar Broomhilda sem arriscarem entrar em conflito com Candie.

    Django Livre é um filme de Tarantino ao melhor estilo Tarantino. Humor negro, diálogos fantásticos e sangue jorrando de forma absurda em uma fantasia de vingança, assim como ocorre em Kill Bill e Bastardos Inglórios. Porém, aqui a crítica esta sempre presente, mesmo que disfarçada pelas características cinematográficas do diretor. O retrato do racismo na sociedade americana é cômico e cartunesco, mas não esconde a violência com que os negros eram tratados. Um dos momentos críticos que marcam o filme é a cena em que um fazendeiro lidera um grupo, que parece ser o início da Klu Klux Klan, decidido a ir atrás de Django. Os integrantes acabam entrando em uma discussão quase interminável devido ao uso de sacos brancos na cabeça, uma crítica inteligente a grande estupidez que é o racismo. Esse é apenas um dos momentos brilhantes em que o humor é utilizado para suavizar uma situação pesada, mas que representa a cruel realidade dos escravos na América daquela época.

     A parte técnica do filme é excelente, com uma ambientação com várias cores, destacando o aspecto de ficção presente na obra. A trilha sonora se encaixa perfeitamente com a produção, misturando clássicos relacionados ao gênero faroeste e estilos ligados a cultura negra.

     Uma das melhores coisas de Django Livre é seu elenco, que rende atuações impecáveis. Jamie Foxx acompanha perfeitamente o desenvolvimento do protagonista, indo de um escravo tímido e submisso para um homem livre. Christoph Waltz rouba a cena em mais um filme de Tarantino, com seu personagem inteligente e sárcastico, criando cenas hilárias. Leonardo DiCaprio (injustiçado ao não receber uma indicação para o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante) faz seu primeiro vilão de forma incrível, literalmente surtando na pele de Calvin Candie. Completando, chega Samuel L. Jackson na pele do "preto mais desprezível da história do cinema", de acordo com Tarantino. Transformado através da maquiagem, ele é destaque em todas as suas cenas, sendo um personagem engraçado e detestável ao mesmo tempo.

     Com atuações fantásticas e uma parte técnica excelente, Django Livre é um filme marcante e perfeito para qualquer admirador de Tarantino. Humor e cenas de ação exageradas caracterizam a produção, que não deixa de ser um retrato da triste realidade que a sociedade americana vive. Um filme espetacular, essencial para qualquer fã de cinema.

Por: Vitor Pontes

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