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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

As Vantagens de Ser Invisível - Crítica

Nota: 9

Título: As Vantagens de Ser Invisível
Gênero: Drama, Comédia
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 2012
Estreia no Brasil: 19 de outubro de 2012
Duração: 102 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Direção: Stephen Chbosky
Roteiro: Stephen Chbosky (Também autor da obra original)
Elenco: Logan Lerman, Emma Watson, Ezra Miller, Paul Rudd, Mae Whitman, Erin Wilhelmi, Nina Dobrev, Dylan McDermott


     Uma comédia dramática adolescente sobre relacionamentos e conflitos da idade. Embora a sinopse engane e faça o filme parecer fraco e leve, ele é muito mais do que se espera. Baseado no livro homônimo de Stephen Chbosky, que também dirige o filme, As Vantagens de Ser Invisível emociona e diverte com um roteiro forte e impressionante, que consegue agradar não só os jovens para quem a obra é direcionada, mas todos os tipos de público.

     Ambientada nos anos 90, a história fala da vida de Charlie (Logan Lerman), um jovem solitário que possui grandes traumas em sua vida: a perda de seu melhor amigo, a morte da tia em um acidente e a depressão da qual se recupera, que lhe trouxe tendências suicidas. Charlie esta começando o ensino médio, porém sua personalidade introvertida traz dificuldades para conseguir criar amizades com alguém. Então, ele acaba conhecendo Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson), dois veteranos que irão ajudá-lo a se misturar e encontrar as coisas boas na vida.

     Apesar da falta de experiência no cinema, a escolha de Chbosky para dirigir, roteirizar e produzir o filme foi certeira, afinal, o autor é sempre quem mais valoriza os próprios personagens e busca a melhor adaptação possível. Além disso, os temas tratados na história são fortes e espinhosos, o que poderia levar outro diretor mais comercial a utilizar clichês e outras formas nada satisfatórias para aborda-los. Suicídio, o preconceito com homossexuais, o sofrimento de pessoas que não se adaptam aos "padrões da sociedade", tudo é tratado de forma séria e adulta, fazendo que o espectador até esqueça que essa é uma obra para jovens.

     Mesmo não possuindo uma qualidade técnica incrível, o filme é bem feito. Um dos melhores pontos é a trilha sonora, que tem papel fundamental na história. Representando um pouco da identidade dos personagens, ela oferece músicas de bandas como New Order, Sonic Youth, The Smiths, L7, entre outras. Destaque para o clássico Heroes, de David Bowie, que é muito marcante em certas cenas da história.

     O elenco é excelente, principalmente os três principais jovens e promissores atores. Logan Lerman passa muito bem a sensação de um jovem que tem sérios problemas no passado e tenta se recuperar, convencendo como protagonista. Ezra Miller, que já havia ganho destaque pelo suspense Precisamos Falar Sobre o Kevin, é impressionante, ainda mais por Patrick ser um personagem muito complexo. Apesar do ótimo desempenho dos dois, o destaque mesmo fica para Emma Watson, que mostra que as expectativas para sua carreira após Harry Potter vão se concretizando, com a atriz mostrando um nível de atuação excelente em um papel difícil e marcante. Os coadjuvantes, mesmo não sendo o foco do filme, vão bem, principalmente Mae Whitman e Paul Rudd.

     Um roteiro sensível e que rende reflexões. A frase mais marcante do filme, dita pelo professor de Charlie, dentro do contexto, já mostra que a história não é algo raso: "Nós aceitamos o amor que achamos que merecemos". Uma produção surpreendente, dramática e que pode emocionar a todo tipo de público.

Por: Vitor Pontes

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