Páginas

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O Hobbit: Uma Jornada Inesperada - Crítica

Nota: 8

Título: O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (The Hobbit: An Unexpected Journey)
Gênero: Aventura, Fantasia
Nacionalidade: EUA, Nova Zelândia
Ano de produção: 2012
Estreia no Brasil: 14 de dezembro de 2012
Duração: 169 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Direção: Peter Jackson
Roteiro: Peter Jackson, Guillermo Del Toro, Philippa Boyens (Obra original de J.R.R. Tolkien)
Elenco: Ian McKellen, Martin Freeman, Richard Armitage, Benedict Cumberbatch, Ken Stott, Graham McTavish, Willian Kircher, James Nesbitt, Stephen Hunter, Dean O'Gorman, Aidan Turner, Andy Serkis, Christopher Lee, Elijah Wood, Hugo Weaving, Manu Benett


     Guillermo Del Toro desistiu do projeto, problemas financeiros das produtoras atrapalharam, direitos da obra original trouxeram imprevistos, mas, mesmo com todas as adversidades, a Terra Média voltou aos cinemas nove anos após o lançamento de O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei. Desta vez, o universo fantástico é uma adaptação da obra O Hobbit, de J.R.R. Tolkien, que antecede os acontecimentos da trilogia original. A decisão de Peter Jackson, definitivamente o representante de Tolkien nas telas, em dividir a história para três filmes chegou a ser questionada, afinal, haveria conteúdo para tudo isso? Pelo menos na primeira parte, não há tanta enrolação quanto foi esperado, embora cerca de dez a quinze minutos pudessem ser retirados. O que realmente vale é a volta a esse mundo incrível, construído de forma excelente.

     O roteiro se passa 60 anos antes do primeiro Senhor dos Anéis e mostra a história do jovem Bilbo Bolseiro (Martin Freeman), um simples hobbit do condado que acaba tendo uma reviravolta em sua vida ao conhecer o mago Gandalf (Ian McKellen). Após uma série de acontecimentos inusitados, Bilbo parte em sua "jornada inesperada" junto com um grupo de anões, liderados por Thorin Escudo-de-Carvalho (Richard Armitage), para recuperar seu lar, tomado pelo poderoso dragão Smaug (Benedict Cumberbatch).

     Tudo começa, praticamente, no início de A Sociedade do Anel, em uma conversa do velho Bilbo com Frodo, o que ajuda a situar o espectador no universo da história novamente. Muitos acontecimentos estão diretamente relacionados a situações das produções originais, o que cria uma conexão com os outros filmes e define que O Hobbit, como esperado, faz parte de uma hexalogia, não sendo uma nova trilogia. 

     O livro foi escrito como um romance para crianças, sendo extremamente perceptível a diferença de tons que existe em relação a Senhor dos Anéis, ou seja, a produção traz muito mais humor e aventura, o que é bem agradável dentro do contexto da história. Claro que Peter Jackson muda certos trechos e adiciona algumas coisas para deixar tudo mais fácil para uma adaptação, mas isso não parece prejudicar em nada o filme.

     O visual é impecável. Os novos efeitos especiais são impressionantes, principalmente nas cenas de grandes batalhas, e a aparência das criaturas é muito realista. Além disso, os cenários imensos são de encher os olhos e, aliados a locações conhecidas da história como Valfenda, trazem uma sensação de imersão ótima.

     O jovem Bilbo se mostra um personagem excelente, apresentando um grande carisma em combinação com a ótima atuação de Martin Freeman, conhecido pela série Sherlock e por O Guia do Mochileiro das Galáxias. A volta de Ian McKellen no papel de Gandalf também é ótima sendo ele, novamente, essencial para a trama, além de que é um dos mais amados pelos fãs. Entre os novos personagens, destaque para os treze anões, cada um com personalidade e características físicas muito distintas e interessantes. Claro, o líder Thorin Escudo-de-Carvalho é o principal entre eles e marca seu nome entre os grandes protagonistas do mundo da Terra Média. A volta de nomes dos filmes anteriores é outro ponto muito bom, mesmo que só possuam participações pequenas. Christopher Lee, Cate Blanchett e Hugo Weaving estão lá, mas o grande destaque fica para Andy Serkis, reprisando o papel de Gollum em uma cena incrível, que possui ainda mais força com os novos efeitos utilizados na captura de movimentos para o personagem.

      Claro, não é possível definir a obra em si, devido a esta ser apenas a primeira parte, mas é um excelente início para a nova produção ambientada na Terra Média. Com um visual incrível, uma trilha sonora marcante (principalmente, a música dos anões) e personages carismáticos, O Hobbit pode não ter o mesmo impacto de Senhor dos Anéis, mas não decepciona nenhum fã da obra de Tolkien e não deve nada ao oferecer entretenimento em grande estilo, criando ansiedade para assistir a sequência.

Por: Vitor Pontes

Nenhum comentário:

Postar um comentário