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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

1408 - Crítica

Nota: 8

Título: 1408
Gênero: Suspense, Terror
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 2007
Estreia no Brasil: 2 de novembro de 2007
Duração: 106 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Direção: Mikael Hafstrom
Roteiro: Scott Alexander, Matthew Greenberg. Larry Karaszewski (Obra original de Stephen King)
Elenco: John Cusack, Samuel L. Jackson, Jasmine Jessica Anthony, Mary McCormack, Tony Shalhoub, Len Cariou, Andrew Lee Potts, Emily Harvey


     Stephen King é líder em adaptações de suas obras para o cinema. O mestre do suspense e do terror na literatura, porém, não costuma obter tamanho sucesso nas telas em histórias sobrenaturais, visto que os melhores filmes baseados em suas livros são de histórias mais próximas a realidade como Um Sonho de Liberdade e À Espera de Um Milagre. Mesmo assim, exceções aparecem, como no clássico O Iluminado, e agora em 1408, que pode não ser genial, mas é entretenimento garantido para os fãs de suspense.

     Mike Enslin (John Cusack) escrevia romances até que decidiu se dedicar a histórias sobrenaturais. Para isso, ele busca lugares que são considerados assombrados por espíritos, porém ele nunca encontrou nada real, o que vai fazendo com que tudo perca a credibilidade e ele fique extremamente cético. Em uma ocasião, Mike escuta a história do quarto 1408 do Hotel Dolphin em Nova York e decide ir até lá. Ao chegar, ele é avisado pelo gerente Olin (Samuel L. Jackson) sobre os perigos do local, onde já teriam morrido 56 pessoas, mas o escritor ignora e decide ficar ali, onde descobre que pode existir algo realmente assustador.

     O filme ganha o espectador ao garantir uma constante atmosfera de tensão e mistério. Ao contrário da grande maioria das produções do gênero que geralmente acabam apelando para sangue e imagens de espíritos, 1408 utiliza o terror psicológico para causar medo e aumentar o suspense. Com o quarto "invadindo" a mente do protagonista, é quase impossível definir o que é real ou não. O fato de Mike ser cético deixa tudo ainda mais confuso, já que o personagem duvida de vários acontecimentos e vai fazendo um breve resumo de como escreveria um livro sobre o caso utilizando seu gravador.

      Apesar de tentar, o filme não consegue causar quase nenhum susto para quem esta acostumado ao gênero, já que utiliza situações que são bem clichês e fáceis de prever para isso, porém esse ponto não prejudica a tensão da história. A escolha da música We're Only Just Begun, do The Carpenters, é interessante, já que a letra acaba fazendo referências ao contexto da trama.

     A atmosfera criada é ótima e feita com claras influências de O Iluminado. Só o fato da ação ocorrer em um hotel e ter um quarto misterioso já lembra o clássico, também baseado em uma obra de Stephen King. Pode não ser tão genial, mas consegue passar bem a sensação de claustrofobia do local, já que quase todo o filme se passa no quarto do título. Os efeitos especiais são bons e utilizados de maneira correta em prol da história.

     John Cusack carrega o filme em uma ótima atuação. Sendo o único personagem em cena por um longo período, fica para ele a função de passar a sensação de medo e desespero do protagonista, coisa que faz muito bem. Samuel L. Jackson foi destacado pelo marketing, mas é decepcionante ver o quão curta é a sua participação. O gerente do hotel que ele interpreta apenas serve para introduzir Mike a história do quarto, fazendo isso de forma convincente e misteriosa, mas depois o personagem praticamente some da trama.

      Tenso do começo ao fim, 1408 é um filme inteligente e que certamente agrada aos fãs do gênero. Seu final é interessante e pode deixar alguns espectadores confusos, o que leva a diferentes interpretações. Uma das poucas produções que conseguem trazer o verdadeiro espírito da escrita de Stephen King para as telas e, assim, marcar-se como um dos melhores suspenses dos últimos anos.

Por: Vitor Pontes

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