Nota: 6

Gênero: Aventura, Fantasia
Nacionalidade: EUA, Nova Zelândia
Ano de produção: 2014
Estreia no Brasil: 11 de dezembro de 2014
Duração: 144 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Direção: Peter Jackson
Roteiro: Peter Jackson, Guillermo Del Toro, Philippa Boyens, Fran Walsh (Obra original de J.R.R. Tolkien)
Elenco: Martin Freeman, Ian McKellen, Richard Armitage, Benedict Cumberbatch, Orlando Bloom, Evangeline Lilly, Lee Pace, Luke Evans, Christopher Lee, Hugo Weaving, Cate Blanchett, Manu Benett, Aidan Turner, Ken Stott, Graham McTavish, Willian Kircher, James Nesbitt, Stephen Hunter, Dean O'Gorman
Desde o anúncio da adaptação de O Hobbit para o cinema com a história dividida em três filmes, sempre houve a dúvida em relação a existência de conteúdo para três produções. Em Uma Jornada Inesperada e A Desolação de Smaug, a quantidade de "enrolações" criadas para prolongar a história era nítida, mas ainda havia roteiro para ótimos filmes e cada um possuía cenas marcantes, até porque a intenção original era dividir o livro em duas adaptações. A expectativa criada para A Batalha dos Cinco Exércitos era imensa, principalmente devido a cena final de A Desolação de Smaug e a promessa de um dos confrontos mais épicos da história do cinema. É triste dizer que, certamente, essa última parte da trilogia é a mais fraca da série, com um roteiro que, praticamente, não possue conteúdo interessante e uma batalha que não cumpre as expectativas criadas em relação a ela.
A Batalha dos Cinco Exércitos é um encerramento fraco para um trilogia que, apesar de não chegar perto da força que O Senhor dos Anéis teve, conseguiu apresentar uma história interessante e agradou aos fãs do universo criado por Tolkien. Certos pontos criam grandes decepções, como a falta de informações sobre o destino de Erebor, em nenhum momento citada na trilogia original, mas, em geral, tudo foi bem. Apesar de exageros no roteiro, O Hobbit teve momentos divertidos e acaba com os contos da Terra Média nas telas, um mundo que já deixa saudades e fica marcado como um dos melhores universos vistos na história do cinema.

Tudo começa exatamente a partir do final do segundo filme, com o dragão Smaug (Benedict Cumberbatch) indo destruir a Cidade do Lago. Obviamente, Bard (Luke Evans) é quem irá enfrentá-lo para impedir seu ataque. Enquanto isso, a companhia dos anões finalmente conseguiu retomar a Montanha Solitária e o ouro dela para seu povo, porém, Thorin (Richard Armitage) parece ficar cada vez mais obcecado pelas riquezas do local, estando disposto a fazer de tudo para impedir que qualquer um chegue nelas. O ouro e a posição estratégica do local fazem com que vários povos tenham interesse nele, o que leva orcs, anões, elfos e humanos a se envolverem em uma batalha colossal pelo domínio da montanha. Entre o confronto, Bilbo (Martin Freeman) precisa tentar evitar que as coisas fiquem piores do que já estão.
Era esperado um confronto gigantesco para o final da trilogia, mas parece que os produtores acharam que só isso era necessário para fazer uma grande produção. Guerra, guerra, guerra e só. A única coisa que A Batalha dos Cinco Exércitos tem a oferecer são cenas de ação, justificadas através de um roteiro sem conteúdo e com partes emocionais muito mal feitas (o que comentar sobre o romance entre a elfa Tauriel e o anão Kili...).
A decepção já começa na primeira cena do filme. O ataque de Smaug, tão esperado após o final da segunda parte, se resolve de forma muito simples em menos de dez minutos. Já que era assim que a situação iria acabar, o certo seria encerrar o caso do dragão logo no final do filme anterior, não deixar para o próximo, criando expectativas frustadas por um péssima resolução para um dos personagens mais interessantes da trilogia.
A história investe em coadjuvantes fracos e sem carisma, quando deveria desenvolver assuntos realmente importantes para a trama, como a loucura de Thorin, essencial para justificar diversos acontecimentos, mas mostrada de forma superficial. Além disso, a falta de uma tensão realmente convincente afeta todas as situações, afinal, todos sabemos que personagens como Bilbo, Gandalf e Legolas permanecerão vivos, já que são estão em O Senhor dos Anéis. Em relação a trilogia original, a tentativa de ligação com ela é fraca e parece estar lá apenas para indicar que tudo faz parte de um mesmo universo, o que é extremamente desnecessário.
As cenas de ação, destaques nos outros filmes, continuam ótimas e a parte visual é fantástica, mas não há a presença de uma cena marcante como havia no primeiro, dentro das minas dos orcs, e no segundo, na batalha na descida do rio. A criação dos seres fantásticos é o que compensa e os confrontos ainda podem agradar bastante, principalmente nas cenas com Legolas e na batalha final da história.
A trilogia se encerra comprovando quem foram os melhores personagens apresentados nela: Bilbo e Thorin. O hobbit já existia em Senhor dos Anéis, mas foi aqui que realmente conhecemos sua personalidade. Já o anão demonstrou uma complexidade interessante, mostrando que não era exatamente um grande herói. Ambos foram potencializados pelas excelentes atuações de Martin Freeman e Richard Armitage. Ian McKellen novamente foi destaque no personagem que, provavelmente, é o mais marcante de sua carreira. As voltas de Christopher Lee, Hugo Weaving e Cate Blanchett também foram bem interessantes.

Por: Vitor Pontes
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