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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Anjos da Lei 2 - Crítica

Nota: 8

Título: Anjos da Lei 2 (22 Jump Street)
Gênero: Comédia, Policial
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 2014
Estreia no Brasil: 04 de setembro de 2014
Duração: 109 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Direção: Phil Lord, Christopher Miller
Roteiro: Jonah Hill, Michael Bacall
Elenco: Jonah Hill. Channing Tatum, Ice Cube, Peter Stormare, Amber Stevens, Wyatt Russel, Nick Offerman, Rob Riggle, Dave Franco


     Por mais que fosse baseado em uma série de sucesso, o primeiro Anjos da Lei não era um filme muito aguardado e as bilheterias, provavelmente, renderiam um lucro razoável, porém a produção surpreendeu a todos, trazendo humor ácido e um tom de autoparódia que garantiu sucesso de público e crítica. A química entre Jonah Hill e Channing Tatum conquistou a todos e garantiu uma sequência. Mantendo o estilo já visto no primeiro longa, Anjos da Lei 2 consegue preservar a qualidade do original, mas leva o bromance entre os protagonistas a um nível extremo, rendendo muitas situações cômicas.

     Após os acontecimentos do primeiro filme, a unidade 21 Jump Street acabou sendo fechada e os policiais Schmidt (Jonah Hill) e Jenko (Channing Tatum) foram para outras operações. Porém, o projeto retornou após a equipe liderada pelo capitão Dickson (Ice Cube) conseguir estabeler uma nova base, agora no endereço 22 Jump Street. Dessa vez, Schmidt e Jenko irão se infiltrar em uma faculdade para impedir que uma nova droga chamada WhyPhy continue se espalhando e chegue a outras universidades. A investigação passa por diversos problemas, testando os limites do relacionamento entre a dupla de policiais.

     A ironia e as auto-referências vistas no primeiro longa já se mostram presentes desde o iníco. Abrindo com um "Anteriormente em Anjos da Lei", piada com o fato da obra ter origens em uma série de TV, o filme já introduz novamente a dupla protagonista em uma investigação. Logo depois, o policial Hardy, interpretado por Nick Offerman, fala sobre o retorno do projeto de espionagem através de claras referências a própria continuação. Citando o investimento maior feito em sequências, as intenções apenas comerciais e qualidade, em geral, menos satisfatória do que da produção original, a cena já demonstra o tom que novamente permeia o filme. Além disso, ainda há a ironia da mudança do endereço 21 Jump Street para o 22 Jump Street, deixando uma possibilidade para o 23 Jump Street, caso uma sequência aconteça ("mas não vamos nos apressar", como diz o Jenko durante a cena).

     Através das ironias, Anjos da Lei 2 não esconde o fato de que é quase uma cópia do original, com situações semelhantes, mas piadas diferentes. As referências a cultura pop e o humor inconsequente continuam lá e funcionam muito bem dentro da trama, embora o conteúdo sexual não faça rir com tanta facilidade. A maior diferença do filme em comparação ao primeiro é a forma como a relação entre Schmidt e Jenko é retratada. O bromance beira uma relação homoafetiva, sem soar preconceituosa, e rende cenas hilárias através das discussões entre a dupla que envolvem ciúmes e a possibilidade de uma "investigação aberta".

     Os diretores Phil Lord e Christopher Miller, cujo último filme foi a elogiadíssima animação Uma Aventura Lego, conseguem adicionar qualidade tanto nas cenas de humor quanto nas cenas de ação, embora estas últimas não cheguem a marcar como originais ou impressionantes.

     Mesmo com o bom roteiro, Anjos da Lei só funciona novamente graças aos excelentes Jonah Hill e Channing Tatum, que conseguem aumentar o nível de envolvimento entre Schmidt e Jenko, formando uma dupla que fica marcada como a mais famosa do momento no mundo dos cinemas. Há também a volta do ótimo Ice Cube, rendendo algumas das cenas mais engraçadas. Infelizmente, o único problema dos personagens esta no desenvolvimento ruim dos coadjuvantes, mal aproveitados, inclusive os vilões, que não conseguem render cenas engraçadas ou bons momentos de ação.

     A repetição da fórmula do original possuía grandes chances de acabar com o filme, mas funciona e marca Anjos da Lei 2 como uma ótima continuação e uma das melhores comédias do ano. Utilizando novamente um humor sem escrúpulos, a produção ainda reserva um dos melhores créditos da história, que inclui ótimas participações especiais. Um bom filme, agradando em cheio todo o público que fez o sucesso do primeiro.

Por: Vitor Pontes

domingo, 28 de dezembro de 2014

Anjos da Lei - Crítica

Nota: 8

Título: Anjos da Lei (21 Jump Street)
Gênero: Comédia, Policial
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 2012
Estreia no Brasil: 04 de maio de 2012
Duração: 109 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Direção: Phil Lord, Christopher Miller
Roteiro: Jonah Hill, Michael Bacall
Elenco: Jonah Hill, Channing Tatum, Ice Cube, Dave Franco, Brie Larson, Rob Riggle, Chris Parnell, Ellie Kemper


     Anjos da Lei é baseado na série de TV homônima, exibida no final da década de 80 e responsável por lançar ao sucesso o então desconhecido Johnny Depp. O programa mostrava jovens policiais que se infiltravam em escolas para investigar crimes entre adolescentes, principalmente o tráfico de drogas. Era um projeto que tinha tudo pra dar errado, mas funciona muito bem ao acabar se distanciando do estilo da série, colocando um humor ácido e sem escrúpulos. A escolha pode até decepcionar os fãs que esperavam algo mais fiel ao estilo da produção original, mas garante diversão para quem busca uma boa comédia.


     Na trama, Morton Schmidt (Jonah Hill) e Greg Jenko (Channing Tatum) estudavam juntos e nunca se deram bem devido as enormes diferenças entre eles. Enquanto o primeiro era o nerd, baixo, gordo e inteligente, o outro era o popular, alto e musculoso da escola. Os dois acabam se encontrando quando decidem entrar na academia de polícia, onde percebem que a união de suas características faz com que se tornem uma boa dupla, virando grandes amigos. Após um tempo, ambos são chamados para uma operação localizada na 21 Jump Street. Por terem uma aparência jovem, Schmidt e Jenko foram escolhidos para se infiltrarem como estudantes em um colégio para buscar informações sobre uma nova droga que se tornou popular entre os adolescentes, tendo que trabalhar mais unidos do que nunca para o cumprimento a missão.

     Em média, os primeiros dez ou quinze minutos do longa são muito importantes para garantir a atenção de quem assiste. Parece que Anjos da Lei levou isso em conta, considerando o quão boa e hilária é a sequência inicial do filme. A introdução dos personagens ainda adolescentes, passando pela academia de polícia e a primeira missão de verdade é rápida, mas muito bem feita e essencial para compreender a personalidade dos protagonistas e a amizade entre eles.

     O humor do filme é inconsequente, não poupando nada, nem ninguém, passsando por referências a artistas, redes socias, piadas envolvendo clichês de filmes de ação, situações sexuais inusitadas... Esse estilo poderia transformar Anjos da Lei em uma comédia forçada, mas funciona perfeitamente pela produção nunca se levar a sério em nenhum momento. O roteiro do ator Jonah Hill em parceria com Michael Bacall brinca constantemente com o próprio fato da obra ser uma adaptação, criticando Hollywood por só reaproveitar e não buscar coisas novas. Outro ponto que gera humor é a mudança de pensamento entre os jovens que leva a uma troca de papéis entre Schmidt e Jenko. O nerd de antes pode ser o popular de agora e o valentão acaba ficando de lado.

     Mais para o final do filme, o longa aposta em cenas de ação, bem feitas, deixando um pouco do humor de lado, mas, mesmo assim, ainda existem momentos cômicos. A conclusão da história ainda reserva uma participação especial importante e que deve agradar os fãs da série de TV.

   A química entre Jonah Hill e Channing Tatum é excelente, formando um dos melhores bromances do cinema, tão populares nos últimos anos. Hill, que ficou muito popular por Superbad - É Hoje, explora ainda mais seu talento, enquanto Tatum demonstra potencial para comédias. Destaque para o ótimo Ice Cube fazendo o chefe da operação da 21 Jump Street, de forma extremamente cômica e cheia de esteriótipos.

     Anjos da Lei pode não agradar tanto os fãs da série de TV, mas é um filme muito divertido. Embora o roteiro não chegue a ser tão elaborado, o que torna a produção muito boa é seu jeito de auto-paródia e exagero. Uma ótima comédia que consegue cumprir muito bem seu objetivo.

Por: Vitor Pontes

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Segurando as Pontas - Crítica

Nota: 8

Título: Segurando as Pontas (Pineapple Express)
Gênero: Comédia, Ação
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 2008
Estreia no Brasil: 26 de setembro de 2008
Duração: 112 minutos
Classificação indicativa: 18 anos
Direção: David Gordon Green
Roteiro: Seth Rogen, Judd Apatow, Evan Goldenberg
Elenco: Seth Rogen, James Franco, Danny McBride, Amber Heard, Gary Cole, Craig Robinson, Bill Hader, Rosie Perez, Kevin Corrigan, James Remar, Ken Jeong


     Segurando as Pontas é um filme que já sofre um pré-julgamento pela maioria do público por ter a maconha como tema. Esperar uma comédia de chapados faz todo o sentido, ainda mais pela presença de um cara como Seth Rogen, um dos maiores representates do gênero besteirol atualmente, sendo roteirista e protagonista, mas a produção mostra ser mais do que isso ao oferecer boas cenas de ação, que não se destacam por empolgarem, mas pelas situações cômicas que acontecem através delas. Mesmo não sendo extraordinário, não é um filme para se descartar apenas por tratar de uma droga, afinal, há muito com o que se divertir.

     Dale Denton (Seth Rogen) trabalha entregando mandatos judiciais, um emprego que não o impede de fumar maconha o tempo todo. Ele utiliza a erva em quase toda a situação, sempre precisando ir comprar mais com o traficante Saul Silver (James Franco), que, um dia, lhe oferece uma versão muito forte e rara da droga, a pineapple express. Após a compra, Dale precisa levar um mandato para um homem chamado Ted Jones (Gary Cole), mas, ao chegar para entrega, ele presencia um assassinato cometido por Ted e Carol (Rosie Perez), uma policial. Em meio ao desespero, Dale acaba jogando fora a pineapple express que tinha e foge. Com isso, os criminosos conseguem saber onde ele esta, já que apenas Saul vende a erva na cidade, fazendo com que se inicie uma caçada a Dale e seu traficante.

     Logo nas primeiras cenas do filme, já presenciamos um monólogo do personagem de Rogen explicando o quanto tudo fica melhor com maconha, inclusive diz que "até um filme ruim pode ficar bom com maconha". A sequência já deixa claro o quanto a erva é importante dentro do contexto da história, mas, mesmo estando sempre presente, as citações diretas a droga não são tão comuns quanto se é capaz de imaginar, já que o filme tem como foco desenvolver um bromance (a amizade masculina inseparável), tema muito explorado no cinema atualmente. Através de ótimos diálogos, a relação entre Dale e Saul vai se desenvolvendo.

     A trama policial não tem nada de originalidade e seu final é bem previsível, mas as cenas de ação conseguem ser divertidas e se misturam bem com a comédia, já que o objetivo é claramente mostrar o quanto os personagens são desajeitados, o que rende bons momentos. Aliás, é impressionante a quantidade de sangue e violência nessas cenas, mas isso não prejudica as sequências.

     Apesar das boas piadas, tudo só funciona graças a excelente interação entre Seth Rogen e James Franco. Amigos na vida real, fica claro que o roteiro não serviria para outros atores. Rogen mantém sua qualidade de sempre, enquanto Franco rouba a cena, em uma caracterização perfeita para viver o traficante Saul, estando irreconhecível. Danny McBride também tem destaque em todas as cenas que aparece. Além disso, há uma curiosa particiapação de Ken Jeong (o Chow de Se Beber, Não Case), rápida, mas interessante.


      Mesmo não sendo marcante, inovador ou de fazer rir até não aguentar mais, Segurando as Pontas é um bom filme, oferecendo cenas de ação divertidas e ótimos diálogos. A maconha acaba não sendo mencionada a todo momento, inclusive, fazendo com o espectador até se esqueça que a droga é um ponto essencial dentro do roteiro. Agradável e recomendado principalmente para os fãs do estilo de Seth Rogen, que certamente aproveitarão ainda mais o filme.

Por: Vitor Pontes

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O Show de Truman: O Show da Vida - Crítica

Nota: 10

Título: O Show de Truman: O Show da Vida (The Truman Show)
Gênero: Drama, Comédia
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 1998
Estreia no Brasil: 05 de junho de 1998
Duração: 103 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Direção: Peter Weir
Roteiro: Andrew Niccoll
Elenco: Jim Carrey, Ed Harris, Laura Linney, Noah Emmerich, Natascha McElhone, Brian Delate, Holland Taylor, Harry Shearer


     E se toda a sua vida fosse uma mentira? Pense sobre isso. Seus pais não são sua família de verdade, seus amigos apenas fingem possuir alguma relação com você, seu emprego é uma mentira... Um pensamento confuso, chegando a ser aterrorizante. Agora imagine que esse mundo de falsidades é, na verdade, um reality show, no qual você é o astro, todos ao redor não passam de atores e o local em que se vive é um gigantesco set de televisão. A confusão ficou maior ainda, não é? Basicamente, assim que as coisas funcionam para o protagonista de O Show de Truman: O Show da Vida, um filme com uma forte crítica e que gera diversas possibilidades de estudos científicos devido a história tão bem construída.

     Truman Burbank (Jim Carrey) é um vendedor de seguros casado com Meryl Burbank (Laura Linney). Ele acredita ter uma vida normal, mas não sabe que todos os seus movimentos são transmitido em rede nacional constantemente. Burbank é o astro do programa O Show de Truman, um mega sucesso da televisão do qual ele não sabe que faz parte. Porém, após conhecer Lauren (Natascha McElhone), ele passa a desconfiar cada vez mais de atitudes e acontecimentos suspeitos que o cercam.

     A quantidade de conteúdo filosófico que pode ser visto em O Show de Truman é impressionante. É correto controlar de forma extrema as decisões do ser humano? Esse mundo falso e perfeito não é muito melhor que a realidade? Essas são apenas algumas questões que o roteiro pode trazer, mas o principal ponto é, certamente, a crítica a influência da mídia. Podemos acompanhar cenas de pessoas assistindo ao programa de Truman que parecem cada vez mais alienadas em relação ao mundo real. O reality show, vendido como uma fonte de inspiração para os espectadores seguirem em frente com seus objetivos, acaba servindo apenas para encher a mente das pessoas com as propagandas presentes (às vezes, nada sutis). A influência é tanta que parece fazer com que todos esqueçam o fato de Truman ser uma pessoa real sofrendo manipulação, já que todos os telespectadores só querem saber de diversão, enquanto os produtores se interessam apenas pelo dinheiro que o programa rende.

     Jim Carrey, praticamente, carrega o filme, sendo, provavelmente, a melhor atuação de sua carreira. Apesar do roteiro ser um pouco mais sério, ele tem seus leves momentos engraçados, o que permite ao ator não abandonar totalmente suas típicas feições e movimentos corporais. Ed Harris também brilha no papel do criador do programa, Christof, com uma presença forte, muitas vezes parecendo se assimilar a Deus dentro do mundo que criou.

     Com um roteiro fantástico, O Show de Truman: O Show da Vida é uma obra para fazer refletir e marca ainda mais devido a Jim Carrey em um raro e ótimo papel sério. Mais do que uma simples produção, é uma excelente crítica ao lado ruim da mídia e o quanto devemos ficar atentos ao que ela nos impõe, antes que passemos a agir como os produtores com Truman, esquecendo os valores sentimentais das pessoas e pensando apenas em valores financeiros.

Por: Vitor Pontes

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Django Livre - Crítica

Nota: 10

Título: Django Livre (Django Unchained)
Gênero: Faroeste, Aventura
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 2012
Estreia no Brasil: 18 de janeiro de 2013
Duração: 165 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino
Elenco: Jamie Foxx, Christoph Waltz, Leonardo DiCaprio, Samuel L. Jackson, Kerry Washington, Don Johnson, Walton Goggins, Quentin Tarantino


     Vingança. Mais uma vez, o grande tema de um filme de Tarantino. Mesmo através de seu estilo marcante, caracterizado pelo humor negro, o diretor faz uma homenagem incrível aos filmes de faroeste, apresentando uma história que não esconde que é uma versão a vida de um negro em busca de liberdade e vingança dentro da sociedade escravocrata do século 19.

     Django (Jamie Foxx) é um escravo que possui um histórico violento com seu antigos proprietários. Um dia, ele é comprado pelo dentista e caçador de recompensas Dr. King Schultz (Christoph Waltz), que lhe promete liberdade desde que ele ajude em suas missões. Após concluir seus objetivos, Schultz liberta Django e decide ajudá-lo em sua busca por Broomhilda (Kerry Washington), esposa que foi separada dele há muitos anos após ser vendida para outros donos de escravos. Eles descobrem que ela pertence a Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), um fazendeiro conhecido por treinar escravos para luta, e terão que criar um plano elaborado para conseguirem resgatar Broomhilda sem arriscarem entrar em conflito com Candie.

    Django Livre é um filme de Tarantino ao melhor estilo Tarantino. Humor negro, diálogos fantásticos e sangue jorrando de forma absurda em uma fantasia de vingança, assim como ocorre em Kill Bill e Bastardos Inglórios. Porém, aqui a crítica esta sempre presente, mesmo que disfarçada pelas características cinematográficas do diretor. O retrato do racismo na sociedade americana é cômico e cartunesco, mas não esconde a violência com que os negros eram tratados. Um dos momentos críticos que marcam o filme é a cena em que um fazendeiro lidera um grupo, que parece ser o início da Klu Klux Klan, decidido a ir atrás de Django. Os integrantes acabam entrando em uma discussão quase interminável devido ao uso de sacos brancos na cabeça, uma crítica inteligente a grande estupidez que é o racismo. Esse é apenas um dos momentos brilhantes em que o humor é utilizado para suavizar uma situação pesada, mas que representa a cruel realidade dos escravos na América daquela época.

     A parte técnica do filme é excelente, com uma ambientação com várias cores, destacando o aspecto de ficção presente na obra. A trilha sonora se encaixa perfeitamente com a produção, misturando clássicos relacionados ao gênero faroeste e estilos ligados a cultura negra.

     Uma das melhores coisas de Django Livre é seu elenco, que rende atuações impecáveis. Jamie Foxx acompanha perfeitamente o desenvolvimento do protagonista, indo de um escravo tímido e submisso para um homem livre. Christoph Waltz rouba a cena em mais um filme de Tarantino, com seu personagem inteligente e sárcastico, criando cenas hilárias. Leonardo DiCaprio (injustiçado ao não receber uma indicação para o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante) faz seu primeiro vilão de forma incrível, literalmente surtando na pele de Calvin Candie. Completando, chega Samuel L. Jackson na pele do "preto mais desprezível da história do cinema", de acordo com Tarantino. Transformado através da maquiagem, ele é destaque em todas as suas cenas, sendo um personagem engraçado e detestável ao mesmo tempo.

     Com atuações fantásticas e uma parte técnica excelente, Django Livre é um filme marcante e perfeito para qualquer admirador de Tarantino. Humor e cenas de ação exageradas caracterizam a produção, que não deixa de ser um retrato da triste realidade que a sociedade americana vive. Um filme espetacular, essencial para qualquer fã de cinema.

Por: Vitor Pontes

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

As surpresas e as decepções do cinema em 2014

   Com o final do ano tão próximo, já temos as bilheterias praticamente definidas. Entre sucessos e fracassos, 2014 passou para o cinema. Como sempre, tem filmes não tão aguardados fazem bonito, enquanto alguns que prometiam muito decepcionam. Confira algumas das maiores surpresas e decepções do cinema em 2014:

Surpresas

A Culpa é das Estrelas

     Um romance adolescente, baseado em um popular livro adolescente, protagonizado por adolescentes... Apesar da fama entre os leitores, A Culpa é das Estrelas não era um filme tão aguardado assim, mas surpreendeu a todos ao se tornar, simplesmente, a maior bilheteria do Brasil em 2014. A produção conseguiu levar mais de 6 milhões de pessoas aos cinemas, arrecando quase R$70 milhões. Além disso, a adaptação da obra de John Green agradou a crítica, sendo recepcionada com várias opiniões positivas. Tamanho sucesso logo fez com que a Fox resolve-se trazer mais uma obra de Green para as telas, então Cidades de Papel vem aí em 2015.

Confira a crítica do filme.

Guardiões da Galáxia


     Sim, é um filme da Marvel, que hoje consegue sucesso com, praticamente, qualquer coisa que faz, mas Guardiões da Galáxia foi uma aposta muito ousada, já que o grupo quase não é conhecido nem pelos fãs de quadrinhos, muito menos pelo público em geral. Porém, a empresa comprovou que é uma potência no mercado cinematográfico atual, pois o filme ficou entre os mais vistos do ano no mundo todo, inclusive conquistando o primeiro lugar nas maiores bilheterias do ano nos EUA, arrecando um pouco mais de US$331 milhões. Guardiões da Galáxia teve sua sequência confirmada antes mesmo de sua estreia e a continuação será lançada em 2017.

Confira a crítica do filme.

Uma Aventura Lego

     Apesar de baseada nos tão conhecidos brinquedos de montar, a animação Uma Aventura Lego não era um lançamento tão grande, mas impressionou ao ficar em terceiro lugar nas bilheterias do ano nos EUA, alcançando o valor de US$257 milhões. Divertido e bem feito, o filme ainda tem grandes chances de ganhar uma indicação ao Oscar de Melhor Animação, além de já ter conseguido ser indicado a categoria no Globo de Ouro.



Hoje Eu Quero Voltar Sozinho

     Hoje Eu Quero Voltar Sozinho chegou como um filme simples e pouco badalado, mas conseguiu uma boa recepção do público e da crítica, sendo escolhido para representar o Brasil no Oscar, entretanto ficou fora da lista de pré-indicados na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Porém, o que começou sendo um curta conseguiu ter seu momento de destaque no exterior, sendo lançado nos EUA e conseguindo um bom público para um filme estrangeiro.


Noé

     Noé foi uma surpresa nas bilheterias nacionais, tendo sido o quinto filme que mais arrecadou nos cinemas brasileiros, rendendo cerca de R$68 milhões. Mais do que pelo sucesso, o filme abriu caminho para produções com temas religiosos, provando que elas podem gerar muito dinheiro, a exemplo do lançamento ainda esse ano de Êxodo - Deuses e Reis, de Riddley Scott.





Decepções

Transcendence - A Revolução


     Johnny Depp, Morgan Freeman, Paul Bettany, Kate Mara, Cillian Murphy... Nem o elenco recheado de ótimos atores salvou Transcendece - A Revolução de ser um dos maiores fracassos de 2014. Sua história de ficção científica foi considerada fraca e o longa arrecadou apenas US$23 milhões nos EUA, tendo custado cerca de US$100 milhões. A bilheteria internacional salvou o orçamento, mas não evitou a péssima recepção da crítica, que prejudicou ainda mais o filme.


Hércules

     Não, não é o filme com Dwayne Johnson que foi lançado em setembro, mas sim o Hércules estrelado por Kellan Lutz, que foi aos cinemas em fevereiro desse ano. A produção foi esmagada pela crítica e também não agradou o público, recebendo muitas opiniões negativas. Não bastando a má qualidade, o filme só conseguiu US$60 milhões nas bilheterias do mundo inteiro, sendo que custou US$70 milhões. A versão com "The Rock" pode não ter sido espetacular, mas consegue divertir, o que ajudou a piorar a imagem do Hércules de Kellan Lutz, que sofreu com comparações.




Os Mercenários 3

      Os Mercenários 3 não foi uma decepção por "mérito" próprio. O filme, infelizmente, sofreu com a pirataria e foi disponibilizado na internet semanas antes de seu lançamento. Com isso, o longa se tornou o menos lucrativo da franquia e conseguiu apenas US$39 milhões nos EUA, não sendo um fracasso maior por causa da bilheteria internacional. O filme custou US$90 milhões.

Confira a crítica do filme.




Need For Speed - O Filme

      Baseado na famosa franquia de vídeo-games de corrida, Need For Speed - O Filme contava com a presença de Aaron Paul, premiado ator conhecido pela série Breaking Bad, bons efeitos e prometia trazer a emoção do nível dos primeiros Velozes e Furiosos, mas acabou entregando uma produção que foi muito mal recepcionada pela crítica e fracassou com o público. O filme foi outro caso em que a bilheteria internacional salvou o orçamento de US$66 milhões, já que só arrecadou US$40 milhões em sua terra natal.



Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola

      Dirigido, produzido, roteirizado e estrelado por Seth MacFarlane, criador de Uma Família da Pesada, o filme com o longo nome Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola foi a segunda aposta de MacFarlane no cinema após o bom e divertido Ted, mas ele não conseguiu repetir o sucesso dessa vez. O humor não agradou, fazendo o longa ficar em segundo lugar na lista de piores filmes do ano na revista Time. Mesmo o ótimo elenco com Liam Neeson, Charlize Theron e Neil Patrick Harris não garantiu um bom resultado nas bilheterias, tendo conseguido US$40 milhões nos EUA, o exato valor de seu orçamento.


O Melhor de Mim

      Ok, o Melhor de Mim não é um grande lançamento, mas é um filme baseado em um livro de Nicholas Sparks, o que tem sido garantia de bons resultados nas bilheterias. O baixo orçamento da produção foi o que evitou um grande prejuízo, já que o longa custou US$26 milhões, tendo arrecado apenas US$35 milhões no mundo todo.

O Abutre - Crítica

Nota: 9

Título: O Abutre (Nightcrawler)
Gênero: Suspense, Drama
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 2014
Estreia no Brasil: 18 de dezembro de 2014
Duração: 117 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Direção: Dan Gilroy
Roteiro: Dan Gilroy
Elenco: Jake Gyllenhaal, Rene Russo, Riz Ahmed, Bill Paxton, Ann Cusack, Kevin Rahm, Jonny Coyne, Kathleen York, Michael Hyatt


   Quais são os limites éticos da mídia? Acidentes, sequestros, mortes, tudo isso pode ser visto nos programas sensacionalistas presentes em quase todas as emissoras de televisão. São tantas situações trágicas que parecem cada vez mais comuns e fazem com que nos tornemos consumidores desse jornalismo que retrata de forma extremamente honesta o que acontece no cotidiano da sociedade. O Abutre representa o lado que poucos conhecem: a produção desse estilo de mídia e o quão obscura ela pode ser.

     O jovem Louis Bloom (Jake Gyllenhaal) ganha a vida roubando produtos como ferro e cobre para vender, devido a dificuldade que encontra para conseguir um emprego. Durante uma noite, acaba presenciando um acidente de carro, onde a vítima fica presa entre as ferragens. Enquanto o resgate é feito, repórteres freelancers chegam para conseguir imagens e entrevistas, que irão vender para jornais de TV por um alto valor. Louis vê ali uma oportunidade para crescer financeiramente, assim entrando nesse submundo jornalístico pelo qual parece ficar cada vez mais obcecado.

     Mais do que uma grande discussão sobre os limites do "jornal tragédia", o filme levanta um forte questionamento: até onde você esta disposto a ir para alcançar seus objetivos? O protagonista é o retrato da obsessão do ser humano pelo sucesso e por reconhecimento. Alterar uma cena do crime e não prestar socorro a uma vítima que esta ferida são apenas algumas das atitudes de Louis Bloom, afinal, o que importa é conseguir o necessário para conquistar o que deseja. Apesar de extremo, o personagem representa o pensamento de muitos na sociedade, sendo um ponto que leva a refletir sobre nossa realidade.

       A grande qualidade da história e da parte técnica se deve, em grande parte, a Dan Gilroy. Apesar de ser seu primeiro trabalho como diretor, ele já possui experiência no cinema como roteirista de filmes como Gigantes de Aço e O Legado Bourne. A forma como cenas em alta velocidade são filmadas é ótima e ousada. Além disso, a fotografia possui papel essencial devido a ambientação sombria da produção, já que se passa quase que completamente durante a noite.

     O título O Abutre consegue se referir de forma perfeita ao protagonista interpretado de forma brilhante por Jake Gyllenhaal. O ator perdeu 15 kg para o papel (o que foi ideia dele), ficando com uma aparência medonha, com olhos esbugalhados que, em combinação o jeito de olhar construído por Gyllenhaal, parecem representar a "fome" de Louis Bloom, a necessidade de conseguir o que deseja, o "sangue" que tanto chama a atenção dos espectadores. Com uma forma de andar e falar única, a construção do personagem é espetacular, não sendo surpresa as indicações que o ator vem recebendo em grande premiações, nas quais já se garante como um dos favoritos.

      Levantando pontos para discussões incríveis, O Abutre é um dos melhores filmes do ano e, provavelmente, o melhor do final de 2014. Com um protagonista perturbado, mas cativante, interpretado de maneira fantástica e um roteiro que prende a atenção do ínício ao fim, a produção é uma ótima crítica e pode mudar a maneira que muitas pessoas veem o jornalismo, levando a uma reflexão que pode ser importante para todos na sociedade.

Por: Vitor Pontes

domingo, 21 de dezembro de 2014

Os favoritos do Oscar 2015

   Conforme os dias passam, a maior premiação da indústria cinematográfica se aproxima. No dia 29 desse mês, começam as votações para definir os indicados ao Oscar 2015, que acontecerá no dia 22 de fevereiro e terá apresentação do ator Neil Patrick Harris, muito conhecido por seu papel como Barney na série How I Met Your Mother. Ellen DeGeneres, que apresentou a edição desse ano foi a primeira opção, mas a apresentadora recusou. No Brasil, a premiação será transmitida pela emissora de TV por assinatura TNT, a partir das 20h30.
      Mesmo que quase todos os grandes favoritos ainda não tenham passado pelos cinemas brasileiros, já se pode ter uma ideia dos possíveis indicados através das críticas da impresa estrangeira e também pelos já anunciados concorrentes ao Globo de Ouro 2015. Alguns nomes podem mudar, mas a maioria já parece estar definitivamente entre os principais. Vamos aos filmes:

     


Melhor Filme

Foxcacther - Uma História que Chocou o Mundo
Birdman
O Jogo da Imitação
A Teoria de Tudo
Boyhood - Da Infância a Juventude
Sniper Americano
Selma
Interestelar
Whiplash - Em Busca da Perfeição
Invencível
O Grande Hotel Budapeste
Caminhos da Floresta
Vício Inerente
Garota Exemplar

     O Jogo da Imitação, A Teoria de Tudo, Sniper Americano, Invencível e Selma são biografias, ou seja, já possuem destaque e podem possuir grandes chances. Birdman é líder de indicações no Globo de Ouro e também tem força para ganhar.  Boyhood pode ser recompesado por tamanha dedicação em um projeto tão longo. Foxcatcher também figura entre os favoritos devido a grandes atuações e uma mensagem forte.

Melhor Diretor


Wes Anderson - O Grande Hotel Budapeste
David Fincher - Garota Exemplar
Alejandro González Iñirritu - Birdman
Richard Linklater - Boyhood - Da Infância a Juventude
Clint Eastwood - Sniper Americano
Morten Tyldum - O Jogo da Imitação
Angelina Jolie - Invencível
Christopher Nolan - Interestelar
Paul Thomas Anderson - Vício Inerente
James Marsh - A Teoria de Tudo
Rob Marshall - Caminhos da Floresta
Bennett Miller - Foxcatcher - Uma História que Chocou o Mundo

     Alejandro González Iñirritu tem sido muito elogiado pelo seu estilo de filmagem, essencial para a qualidade de Birdman. Wes Anderson tem seu estilo único que pode lhe garantir destaque. David Fincher pode ganhar uma indicação pelo seu ótimo trabalho, mesmo com Garota Exemplar não tendo tantas chances de ser indicado a melhor filme. Christopher Nolan e Clint Eastwood nunca podem ser descartados, já Angelina Jolie pode surpreender em seu segundo trabalho como diretora.

Melhor Ator

Steve Carell - Foxcatcher - Uma História que Chocou o Mundo
Benedict Cumberbatch - O Jogo da Imitação
Michael Keaton - Birdman
Jake Gyllennhaal - O Abutre
Bradley Cooper - Sniper Americano
Ralph Fiennes - O Grande Hotel Budapeste
Eddie Redmayne - A Teoria de Tudo
Bill Murray - Um Santo Vizinho
Chadwick Boseman - James Brown
David Oyelowo - Selma
Joaquin Phoenix - Vício Inerente
Miles Teller - Whiplash - Em Busca da Perfeição
Jack O'Connell - Invencível

     O prêmio de Melhor Ator promete ser um dos mais disputados do Oscar 2015. Benedict Cumberbatch foi um dos primeiros a ser muito elogiado por seu papel como Alan Turing, em O Jogo da Imitação. Steve Carell surpreendeu a todos fazendo um drama, sendo completamente transformado para a atuação. Jake Gyllennhaal é outro que teve que mudar sua aparência, perdendo dez quilos para fazer O Abutre. Michael Keaton também esta entre os favoritos na grande comédia Birdman.

Melhor Atiz

Julianne Moore - Para Sempre Alice
Rosamund Pike - Garota Exemplar
Jennifer Aniston - Cake
Amy Adams - Grandes Olhos
Reese Whiterspoon - Livre
Jessica Chastain - A Most Violent Year
Felicity Jones - A Teoria de Tudo
Emily Blunt - Caminhos da Floresta

     Julianne Moore é a grande favorita no difícil papel de uma mulher com alzheimer, tendo a grande chance de finalmente ganhar um Oscar. Amy Adams e Jessica Chastain tem sido indicadas várias vezes nos últimos anos e também tem chances. Jennifer Aniston é a grande surpresa e vem sendo muito elogiada por seu papel em Cake, finalmente ganhando respeito da crítica. Rosamund Pike pode surpreender após a excelente atuação em Garota Exemplar.

Melhor Ator Coadjuvante

J.K. Simmons - Whiplash - Em Busca da Perfeição
Channing Tatum - Foxcatcher - Uma História que Chocou o Mundo
Ethan Hawke - Boyhood - Da Infância a Juventude
Mark Ruffalo - Foxcatcher - Uma História que Chocou o Mundo
Robert Duvall - O Juiz
Edward Norton - Birdman
Christoph Waltz - Grandes Olhos
Josh Brolin - Vício Inerente
Alec Baldwin - Para Sempre Alice

     Entre os atores coadjuvantes, a disputa é grande, sendo difícil de se obter uma previsão. J.K. Simmons tem sido muito elogiado por Whiplash e esta entre os favoritos. Channing Tatum e Mark Ruffalo tem grande destaque em Foxcatcher, mas não há como saber se ambos serão indicados. Ethan Hawke tem uma atuação excelente em Boyhood e também pode estar entre os indicados. Não se descarta Christoph Waltz, vencedor de dois prêmios, que, mesmo não ganhando, tem chances de ser indicado pelos ótimos trabalhos que já fez.

Melhor Atriz Coadjuvante

Meryl Streep - Caminhos da Floresta
Emma Stone - Birdman
René Russo - O Abutre
Patricia Arquette - Boyhood - Da Infância a Juventude
Katherine Waterston - Vício Inerente
Jessica Chastain - Interestelar
Keira Knightley - O Jogo da Imitação
Carmen Ejogo - Selma
Kristen Stewart - Para Sempre Alice

     Meryl Streep esta sempre presente e com grandes chances esse ano no elogiadíssimo musical da Disney, Caminhos da Floresta. Emma Stone é destaque no elenco estelar de Birdman, sendo muita cotada para todas as premiações. Keira Knightley vem recebendo muitos elogios por seu papel em O Jogo da Imitação. Kristen Stewart pode ser a grande surpresa entre as indicadas com uma atuação inesperadamente bem feita em Para Sempre Alice.

Melhor Roteiro Original

Boyhood - Da Infância a Juventude
Birdman
Foxcatcher - Uma História que Chocou o Mundo
Interestelar
Selma
Whiplash - Em Busca da Perfeição
O Abutre
Mr. Turner
Mesmo se Nada der Certo

     A ideia de Boyhood esta entre as mais originais e pode ganhar através de sua história simples e emocionante. Birdman e Foxcatcher também tem grandes chances. Interestelar parece não possuir tantas chances, mas a complexidade de seu roteiro e a mensagem a favor do ambiente pode ajudar. O Abutre pode surpreender com sua história tensa.

Melhor Roteiro Adaptado

O Jogo da Imitação
Invencível
Sniper Americano
Garota Exemplar
A Teoria de Tudo
Caminhos da Floresta
O Homem Mais Procurado
Vício Inerente
Para Sempre Alice
Livre

     O Jogo da Imitação, Invencível, Sniper Americano e A Teoria de Tudo são filmes biográficos do estilo que costuma ganhar os prêmios de melhor roteiro. Possíveis surpresas são Garota Exemplar e Para Sempre Alice. O Homem Mais Procurado possui uma mensagem muito forte, mas pode sofrer o típico preconceito entre os americanos por criticar as políticas de segurança dos EUA.

Melhor Filme de Animação

Operação Big Hero
Como Treinar Seu Dragão 2
Uma Aventura Lego
Os Boxtrolls
Festa no Céu

     Com a ausência de produções da Pixar, o prêmio de Melhor Filme de Animação fica mais imprevisível do que o normal. Festa no Céu é divertido e Os Boxtrolls foi muito elogiado pela crítica, mas disputa fica claramente entre três filmes. Como Treinar Seu Dragão 2 traz a qualidade técnica e o bom roteiro já presentes no original, Uma Aventura Lego surpreendeu a todos com sua história divertida e Operação Big Hero tem a qualidade dos filmes da Disney unida a uma história da Marvel. Como Treinar Seu Dragão 2 parece levar uma pequena vantagem devido a efeitos melhores, mas é impossível prever um vencedor absoluto da categoria.

Melhores Efeitos Visuais

Godzilla
Guardiões da Galáxia
Malévola
O Hobbit - A Batalha dos Cinco Exércitos
Capitão América 2 - O Soldado Invernal
Interestelar
Planeta dos Macacos - O Confronto
Transformers - A Era da Extinção
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
Uma Noite no Museu 3

     A disputa para o prêmio de Melhores Efeitos Visuais promete ser acirrada e traz algumas das maiores produções do ano, apesar da surpreendente ausência de filmes como Noé e O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameça de Electro. A grande dedicação para criar os efeitos de Interestelar pode pesar, já que tudo no filme busca ser extremamente realista. A série O Hobbit já foi indicada duas vezes e tem grandes chances com seu último filme, que utiliza efeitos de forma maior que nos longas anteriores. Os filmes da Marvel continuam marcando presença na categoria com Guardiões da Galáxia e Capitão América 2. Destaques também para Godzilla e Transformers - A Era da Extinção, que podem surpreender.

Melhor Maquiagem e Penteados

O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro
Guardiões da Galáxia
Malévola
Noé
O Grande Hotel Budapeste
A Teoria de Tudo
Foxcatcher - Uma História que Chocou o Mundo

     Entre os sete presentes na lista de pré-indicados, apenas três disputarão o prêmio oficialmente. Foxcactcher com certeza terá destaque devido a grande transformação de Steve Carell para viver John du Pont, além do menos impactante, mas também evidente trabalho de maquiagem com Mark Ruffalo. O Grande Hotel Budapeste também tem prestígio e pode estar entre os concorrentes. Entre as produções consideradas mais comerciais, Guardiões da Galáxia e Malévola possuem boas chances de ganharem.

Por: Vitor Pontes

Será Que? - Crítica

Nota: 7

Título: Será Que? (The F Word)
Gênero: Comédia, Romance
Nacionalidade: Canadá, Irlanda
Ano de produção: 2014
Estreia no Brasil: 25 de setembro de 2014
Duração: 101 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Direção: Michael Dowse
Roteiro: Elan Mastai (Obra original de T.J. Dawe e Michael Rinaldi)
Elenco: Daniel Radcliffe, Zoe Kazan, Megan Park, Adam Driver, Mackenzie Davis, Rafe Spall


     E quando a amizade começa a se tornar algo maior que isso? O termo friendzone é comum entre os jovens atualmente, utilizado para definir a situação em que amigos não se relacionam pois algum deles tem medo de perder o outro caso o amor não funcione. Porém, é impossível não ter dúvidas do que fazer nesses casos, afinal, ninguém escolhe quando ou por quem se apaixona, então realmente vale a pena arriscar? Essa imprevisibilidade dos relacionamentos amorosos é o tema central de Será Que?

   Wallace (Daniel Radcliffe) estudava medicina, até descobrir que sua namorada o traía, o que o levou a mudar muito suas formas de pensar. Após ficar um ano sozinho, ele vai a uma festa de seu melhor amigo, Allan (Adam Driver), onde conhece uma prima dele, Chantry (Zoe Kazan). Eles conversam um pouco e Wallace se oferece para acompanhá-la até sua casa, onde descobre que ela já tem um namorado, Ben (Rafe Spall). Mesmo desanimado, ele concorda que eles devem ser apenas amigos, mas esconde que, na verdade, esta apaixonado por Chantry.

     O título em português se deve ao fato do filme ter sido lançado como What If em vários lugares, mas, originalmente, a produção se chama The F Word. Em tradução literal, "A palavra F", o F se refere a Friends. A obra tem como uma de suas bases a convenção social de que homens e mulheres não podem ser amigos, o que leva a discussões sobre os limites de uma amizade entre sexos opostos, emendando com questionamentos sobre quais são as razões para uma traição e se isso é um erro imperdoável. São pontos que ajudam o filme a conseguir uma personalidade própria, se diferenciando um pouco de outras comédias românticas, apesar de também contar com clichês do gênero e ser bem previsível em alguns momentos.

     O filme é tratado como comédia, mas não é do estilo que faz o espectador rir várias vezes, aliás, os momentos para essas situações beiram o absurdo e não se encaixam bem na proposta da história. O que realmente consegue prender e divertir são os diálogos rápidos e inteligentes, com destaque para Adam Driver, conhecido pela série Girls, que faz as melhores piadas do roteiro. Além de fazer rir, as conversas entre os personagens ajudam a desenvolver mais o carisma do "quase casal" protagonista.

    O ponto alto da produção e que garante seu funcionamento é a dupla Daniel Radcliffe e Zoe Kazan. A química entre os dois torna o relacionamento cada vez mais próximo interessante, levando o espectador a torcer para que ambos fiquem juntos. Radcliffe logo consegue apagar a impressão de Harry Potter, provando que, mesmo sendo sempre reconhecido por esse papel, tem capacidade para fazer outros personagens de forma convincente e simples.

     Apesar de ter seus diferenciais, infelizmente o filme acaba indo para os caminhos mais clichês perto de seu final. Ao menos, escapa do clássico "namorada traidor que leva a garota a ficar com o amigo que realmente a merece", mas não faz nada de diferente e apenas segue os padrões do gênero. Mesmo assim, Será Que? consegue ser mais interessante que a grande maioria das comédias românticas atuais. Protagonistas carismáticos e alguns momentos divertidos garantem destaque para o filme entre os mais simpáticos do ano, apesar de seus clichês.

Por: Vitor Pontes