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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O Juiz - Crítica

Nota: 7

Título: O Juiz (The Judge)
Gênero: Drama
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 2014
Estreia no Brasil: 16 de outubro de 2014
Duração: 141 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Direção: David Dobkin
Roteiro: Nick Schenk, Bill Dubuque
Elenco: Robert Downey Jr., Robert Duvall, Billy Bob Thornton, Vera Farmiga, Vicent D'Onofrio, Jeremy Strong, Dax Shepard, Leighton Meester, Sarah Lancaster, Ken Howard


     Em 2010, surgiu a produtora Team Downey, fundada pelo ator Robert Downey Jr. e sua esposa, Susan. Mais um grande passo para o astro que até 2007 estava completamente esquecido por público e crítica, tendo voltado a chamar a atenção na comédia Trovão Tropical e explodindo no ano seguinte com o papel de Homem de Ferro. Ao estrelar o filme da Marvel, parece que ele encontrou a fórmula do sucesso, investindo sempre em personagens com o mesmo estilo do sarcástico Tony Stark. O Juiz é a primeira aposta de sua produtora, mas, dessa vez, a temática, os atores e o estilo não escondem que a obra foi feita com claras intenções de ganhar prêmios.

     Na história, Hank Palmer (Robert Downey Jr.) é um advogado rico e bem-sucedido, mas esconde com ironias a tristeza de um casamento fracassado. Após a notícia do falecimento da mãe, ele retorna a cidade em que cresceu para o velório, onde fica ainda mais clara sua distante relação com a família. Quando esta se preparando para ir embora, o pai de Hank, o juiz Joseph Palmer (Robert Duvall), é acusado pelo assassinato de um criminoso que condenou há vinte anos. A falta de contato não impede que o advogado decida ficar para evitar a condenação, o que parece mais difícil a cada nova descoberta sobre o caso.

     O filme tem tudo o que uma obra premiada possui: conflitos familiares, uma trilha sonora dramática, um personagem em busca de mudanças... O problema é que esse não consegue misturar os elementos de forma original, não resultando em momentos espetaculares como prometido. Porém, isso não significa que a produção seja ruim, já que ela é, na verdade, uma obra que garante entretenimento e consegue ser bem interessante.

     Caso optasse por focar apenas no lado dramático, O Juiz seria difícil de aguentar, ainda mais considerando sua longa duração de 141 minutos. Contudo, mesmo levando cerca de meia hora para a trama principal engrenar, o longa agrada graças aos toques de humor incluídos nele. Robert Downey Jr., como já dito, tem utilizado o estilo de Tony Stark em todos os seus personagens, o que garante piadas irônicas e divertidas. Claro que Hank Palmer é uma versão mais contida do "gênio, bilionário, playboy e filantropo" dos Vingadores, mas a base é a mesma.

     O diretor David Dobkin, acostumado a fazer comédias, se arrisca pela primeira vez em uma proposta diferente e consegue ir bem, acertando nas filmagens das cenas de tribunais e captando momentos emocionantes da relação entre pai e filho na história.

     A produção escolheu Robert Duvall para viver o juiz, uma das melhores decisões que poderia fazer. Já tendo vencido um Oscar em 1984, o experiente ator mostra toda sua qualidade, ganhando outra indicação ao grande prêmio pelo papel. Ele protagoniza as melhores cenas do longa, mas também divide a tela com outros ótimos coadjuvantes, como Vera Farmiga e Billy Bob Thornton.

  Mesmo que acabe apelando para o sentimentalismo algumas vezes, O Juiz tem importantes qualidades, principalmente em relação ao carismático elenco. Não consegue cumprir seu objetivo de se tornar inesquecível e premiado, mas a história dramática familiar traz uma maior facilidade de identificação com o público e garante bons momentos para o longa. Um início interessante para o Team Downey.

Por: Vitor Pontes

Um comentário:

  1. Eu achei The Judge o filme divertido, no início parece ser algo muito plana, mas alguns momentos mais tarde você pode contar toda a história por trás do advogado (filho do juiz). A relação entre eles não é bom, mas no fundo eles amam e respeitam. Grande filme, 100% recomendado.

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