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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Ela - Crítica

Nota: 10

Título: Ela (Her)
Gênero: Drama, Romance
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 2013
Estreia no Brasil: 14 de fevereiro de 2014
Duração: 126 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Direção: Spike Jonze
Roteiro: Spike Jonze
Elenco: Joaquin Phoenix, Scarlett Johansson, Amy Adams, Rooney Mara, Olivia Wild, Chris Pratt


     Criativo, Ela é o filme com um dos roteiros mais originais dos últimos tempos. Mesmo assim, a ideia da produção pode até chegar a soar ridícula analisando apenas pela sinopse. A história se passa em um futuro sem data definida, talvez não muito distante na vida real, e tem como base Theodore (Joaquin Phoenix), um solitário escritor de cartas, que compra um sistema operacional chamado Samantha (Scarlett Johansson) para o seu computador e acaba por se apaixonar por sua voz e, assim, ambos iniciam um relacionamento.

     Apesar da história se passar no futuro e possuir toques de ficção científica, não há nada parecido com carros voadores ou as típicas invenções tecnológicas que vemos nesses filmes. A ambientação é quase idêntica aos dias atuais, porém mostra diversas pessoas praticamente dependentes da tecnologia, principalmente de seus celulares, criando um clima que traz a sensação de tristeza e solidão, perfeito para retratar visualmente os sentimentos do personagem principal. Os figurinos lembram as décadas de 1950 e 1960, o que é bem interessante.

     A parte técnica é muito bem feita, porém o melhor do filme está em seu espetacular roteiro, vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original. O estranho relacionamento entre Theodore e o sistema Samantha é muito bem desenvolvido, fazendo com que, muitas vezes, quem assiste até esqueça que ela não é uma pessoa real. Mas, apesar disso ser a premissa básica do filme, as mensagens de reflexão que vem através do romance são o ponto mais forte. Será que é possível amar uma máquina? E será que é possível que uma máquina ame? Além disso, nos faz pensar como seria o relacionamento com alguém perfeito, afinal, um sistema artificial não possui defeitos. O afastamento físico entre as pessoas por causa do avanço tecnológico também traz questionamentos, ponto levantado por meio da saudade que Theodore sente de sua ex-esposa (Rooney Mara).

     O elenco vai muito bem, sendo o grande destaque Scarlett Johansson, que apenas com sua voz traz muita personalidade a máquina Samantha e faz com que ela se desenvolva, parecendo cada vez mais real. Mesmo sem sua presença física, o filme é considerado por muitos como o melhor da atriz, chegando a serem feitas campanhas para uma indicação ao Oscar. Joaquin Phoenix mostra sua qualidade de sempre, demonstrando perfeitamente o personagem triste e solitário, mas que cativa quem assiste ao mesmo tempo. Amy Adams é a grande amiga do personagem Theodore, sempre tentando ajudá-lo, mesmo não concordando com certos pensamentos dele.

     Ela é um filme para refletir sobre a tecnologia em nossas vidas e como esta influencia nos relacionamentos. O que é real e o que vale a pena viver fisicamente? Essa é uma questão para a qual cada um terá uma resposta diferente depois de terminar de assistir a produção e pensar sobre. Um belo romance, mas também muito mais que isso.

Por: Vitor Pontes

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