Nota: 9
Ano de produção: 2009
Estreia no Brasil: Lançado diretamente em DVD
Duração: 107 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Direção: Greg Mottola
Roteiro: Greg Mottola
Elenco: Jesse Eisenberg, Kristen Stewart, Ryan Reynolds, Martin Starr, Bill Hader, Kristen Wiig, Margarita Levieva, Kevin Breznahan, Matt Bush
A era das locadoras acabou há alguns anos, vivemos a era dos serviços de streaming. Apesar dessa mudança facilitar o acesso aos mais diversos filmes e proporcionar uma boa economia para os consumidores, é difícil negar que a maioria dos cinéfilos (inclusive os mais jovens como eu) sente falta dos infinitos corredores cheios de títulos e daquela ansiedade em chegar ao local e ver se sua produção favorita estava disponível para locação.
Dentre os ínumeros filmes que enchiam esses lugares, uma quantidade considerável não havia passado pelos cinemas brasileiros, tendo sido lançados diretamente em DVD. Por essa razão, alguns longas sofreram com a grande concorrência de seus "vizinhos de prateleira" e não receberam o prestígio que realmente mereciam. Mas a chegada de serviços como a Netflix permitiu maior divulgação de algumas preciosidades que não tiveram seu devido destaque, ao exemplo de Férias Frustradas de Verão, uma das melhores comédias românticas dos últimos anos.
1987. James Brennan (Jesse Eisenberg) acaba de se formar no colégio com notas altíssimas e vaga garantida em uma grande universidade de jornalismo em Nova York. Além disso, as férias chegam com a promessa de uma viagem para a Europa que adicionará conhecimento cultural necessário para seu desenvolvimento profissional. Porém, a notícia de que seus pais não possuem mais condições financeiras para pagar os gastos de James mudam todos os planos. Praticamente sem experiência profissional, o jovem só consegue um emprego no parque de diversões Adventureland, onde terá que trabalhar durante o verão para conseguir financiar seus futuros estudos.
O trabalho do diretor e roteirista Greg Mottola surpreende muito. Afinal, quem esperava que o realizador de Superbad - É Hoje, história regada a sexo e álcool, iria realizar logo em seguida uma produção que trata de amor, amizade e sonhos? A diferença de tons, certamente, acontece em razão desta ser uma "obra biográfica" sobre o verão em que o diretor precisou trabalhar no parque que dá o título original do filme.
Situado na década de 80, o longa é inteligente ao abraçar o clima da época, utilizando elementos de clássicos juvenis do período como Curtindo a Vida Adoidado e Clube dos Cinco. Uma trama simples com personagens aparentemente estereotipados, mas que vão se desenvolvendo de forma brilhante com o avanço do roteiro. É o tipo de produção que começa como quem não quer nada e prende atenção quando menos se espera.
Brennan é protagonista, mas divide espaço com figuras tão incríveis que fica díficil deixar de destacar cada uma, principalmente Em (Kristen Stewart, cuja inexpressividade é perfeita para a personagem). O interesse amoroso de James é a típica jovem com pais brilhantes que sofre com grandes expectativas criadas sobre ela. A relação entre os dois é extremamente bem desenvolvida e resulta em uma história de amor sensível. potencializada pela dedicação de seus intérpretes.
Completando a história, surgem Joel (Martin Starr), o nerd com problemas de relacionamento, Connel (Ryan Reynolds), o mecânico que se arrisca como músico, Lisa P. (Margarita Levieva), a garota de calças apertadas desejada por todos, além dos donos do parque, Bobby (Bill Hader, sempre incrível) e Paullete (Kristen Wiig).
A trilha sonora merecia uma análise separada. Não tem como não se embalar ao som de clássicos dos anos 80 como Your Love, do The Outfield, Pale Blue Eyes, do Velvet Underground, Just Like Heaven, do The Cure, e Satellite Of Love, de Lou Reed. Um prato cheio para os fãs das baladas da época.
No fim, Férias Frustradas de Verão é um filme sensível, marcante e cheio de bons diálogos, falando sobre amadurecimento e problemas juvenis atemporais. A conclusão pode até exagerar um pouco na dose romântica, mas não prejudica o resultado de uma obra que, infelizmente, muitos deixaram de apreciar por não passar nas telonas brasileiras.
Por: Vitor Pontes
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